José Sócrates anunciou actualmente os nomes constituintes do novo governo. António Augusto de Ascenção Mendonça, com 55 anos, foi nomeado como novo ministro das obras públicas, transportes e comunicações.
Professor catedrático do ISEG (Instituto Superior de Economia e Gestão) e doutorado em Economia foi presidente do conselho directivo do ISEG. Tal como o seu antecessor, Mário Lino, foi militante do PCP, mas é como independente que entra agora no governo.
Com vasta obra no domínio da política comunitária e com vasta experiência de estudos realizados para o Ministério da Economia no âmbito da competitividade da economia Portuguesa, surge agora como o nome forte nas Obras Públicas, Transportes e Comunicações, por onde passará muito do desenvolvimento do país nos próximos anos, com a aposta em investimentos públicos modernizadores e estratégicos.
Na época antecedente às eleições, a realização ou não das grandes obras públicas constituiu uma das principais questões para o futuro do nosso país. Averiguamos que de um lado encontrava-se o ex-ministro das finanças, Campos e Cunha, que criticou os investimentos em obras públicas dizendo que são impraticáveis porque agravam muito a divida pública e nem sequer podem ser justificados como medidas keynesianas de estímulo económico, já que demoram muito tempo a ter efeitos práticos. Do lado oposto encontrava-se António Mendonça que, estando integrado na lista do chamado “Manifesto dos 51”, pugnava pela defesa das obras públicas. Considerava o investimento público como o motor fundamental para o desenvolvimento da economia. Afirmando que investimentos necessários para o desenvolvimento do país devem ser realizados de modo a promover emprego, desenvolver a economia e criar condições para a sua modernização. Justificando que o endividamento público, sendo inevitável, pode ser atenuado pelo seu desfasamento ao longo do tempo. Visto que, como as obras em questão (Novo Aeroporto, TGV, Novas Auto-estradas) têm um prazo de construção longo e o seu pagamento ainda mais longo será, não afectarão em demasia o défice publico nem terão um impacto tão importante na divida publica, será isto real, não iremos criar uma divida que não nos será possível saldar?
Assim sendo, e reflectindo sobre a escolha de José Sócrates, para a nomeação do novo ministro das obras públicas transportes e comunicações, podemos entender que a vontade do primeiro-ministro passa por implementar a política de execução das grandes obras públicas e talvez de privilegiar os critérios politicos e de boa gestão, sobre os critérios de simples execução, uma vez que preferiu um economista a um engenheiro. Terá sido esta a escolha mais correcta? Permitir-nos-á enfrentar estes dias sombrios com melhor qualidade de vida? Veremos, para já ficamos com um novo conceito no Ministério que promete fazer a diferença num momento importante de crise nacional.
Ana Peixoto
Professor catedrático do ISEG (Instituto Superior de Economia e Gestão) e doutorado em Economia foi presidente do conselho directivo do ISEG. Tal como o seu antecessor, Mário Lino, foi militante do PCP, mas é como independente que entra agora no governo.
Com vasta obra no domínio da política comunitária e com vasta experiência de estudos realizados para o Ministério da Economia no âmbito da competitividade da economia Portuguesa, surge agora como o nome forte nas Obras Públicas, Transportes e Comunicações, por onde passará muito do desenvolvimento do país nos próximos anos, com a aposta em investimentos públicos modernizadores e estratégicos.
Na época antecedente às eleições, a realização ou não das grandes obras públicas constituiu uma das principais questões para o futuro do nosso país. Averiguamos que de um lado encontrava-se o ex-ministro das finanças, Campos e Cunha, que criticou os investimentos em obras públicas dizendo que são impraticáveis porque agravam muito a divida pública e nem sequer podem ser justificados como medidas keynesianas de estímulo económico, já que demoram muito tempo a ter efeitos práticos. Do lado oposto encontrava-se António Mendonça que, estando integrado na lista do chamado “Manifesto dos 51”, pugnava pela defesa das obras públicas. Considerava o investimento público como o motor fundamental para o desenvolvimento da economia. Afirmando que investimentos necessários para o desenvolvimento do país devem ser realizados de modo a promover emprego, desenvolver a economia e criar condições para a sua modernização. Justificando que o endividamento público, sendo inevitável, pode ser atenuado pelo seu desfasamento ao longo do tempo. Visto que, como as obras em questão (Novo Aeroporto, TGV, Novas Auto-estradas) têm um prazo de construção longo e o seu pagamento ainda mais longo será, não afectarão em demasia o défice publico nem terão um impacto tão importante na divida publica, será isto real, não iremos criar uma divida que não nos será possível saldar?
Assim sendo, e reflectindo sobre a escolha de José Sócrates, para a nomeação do novo ministro das obras públicas transportes e comunicações, podemos entender que a vontade do primeiro-ministro passa por implementar a política de execução das grandes obras públicas e talvez de privilegiar os critérios politicos e de boa gestão, sobre os critérios de simples execução, uma vez que preferiu um economista a um engenheiro. Terá sido esta a escolha mais correcta? Permitir-nos-á enfrentar estes dias sombrios com melhor qualidade de vida? Veremos, para já ficamos com um novo conceito no Ministério que promete fazer a diferença num momento importante de crise nacional.
Ana Peixoto
[artigo de opinião produzido no âmbito da u.c. "Economia Portuguesa e Europeia", do Curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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