Numa altura em que tanto se fala de recuperação económica e de que o final da pior crise económica desde a grande depressão de 1929 está perto do fim, questiono-me se de facto, as medidas de regulação e regulamentação por inúmeras vezes citadas, quer pela classe política e governamental quer por diversos notáveis da área da Economia, estarão sendo ou não postas em prática.
Recorde-se que o epicentro desta crise ocorreu no sector financeiro alastrando-se posteriormente aos mais diversos sectores da actividade económica, sendo assim da maior importância começar por regulamentar o sector bancário. Neste sentido, foram apresentadas e discutidas na cimeira do “Grupo dos 20”, decorrida entre os dias 24 e 25 de Setembro na cidade norte americana de Pittsburg, várias recomendações com o intuito de não voltarmos a viver uma crise como a que nos deparámos há cerca de um ano atrás. O conjunto de propostas centra-se sobre melhoramentos na gestão dos riscos que levem a uma maior harmonização nas práticas e informação contabilística, de modo a permitir uma maior facilidade de actuação dos supervisores, fundamental para o saudável funcionamento do sistema financeiro. De entre as várias propostas realço – maior coordenação entre entidades de supervisão dos diversos países; percepção mais apurada e desejavelmente preventiva dos riscos sistémicos envolvidos; alinhamento entre incentivos e riscos incorridos. Todas elas me parecem pertinentes embora haja uma que desperte em mim especial atenção, a tentativa de criar tectos salariais aos gestores das instituições financeiras. É comum que em tempos de crise, se opte, em vez de tentar vislumbrar soluções para os problemas, se tente achar “bodes expiatórios” para justificar um problema no qual todos somos responsáveis. Repare-se que os governos, pelo menos em vários dos estados membros, (incluindo Portugal) foram coniventes com os bancos deixando que estes passassem impunes em diversas situações. O cidadão comum, muitas vezes pequeno investidor, iludido pelo lucro fácil contribuiu para o agravamento da situação com recurso a créditos ao consumo de forma desmesurada. Parece-me pois a mim, uma forma de ludibriar e desviar atenções o tentar fazer ver ao “Zé Povinho”, que os únicos responsáveis pela grave crise que atravessámos sejam os bancos e que o que está a ser feito ao limitar os seus salários, é suficiente para que a crise não se volte a repetir e para que o sistema financeiro se torne mais transparente. É uma medida de carácter populista e revela falta de coragem por parte dos governantes. Parece-me também, uma medida demasiado “Leninista” tentar controlar os salários do sector privado, já que os salários nessas instituições só chegaram a tal ponto, como resposta à intensa concorrência entre os bancos em demonstrar resultados para atraír mais investidores, que por sua vez tinham de atribuir prémios aos seus gestores para os compensar por tais feitos. Foram cometidos demasiados erros, que vão desde o sector da regulação, aos governos, passando pelos bancos e pelo simples investidor tendo todos desempenhado um papel no desenvolvimento da crise económica.
Recorde-se que o epicentro desta crise ocorreu no sector financeiro alastrando-se posteriormente aos mais diversos sectores da actividade económica, sendo assim da maior importância começar por regulamentar o sector bancário. Neste sentido, foram apresentadas e discutidas na cimeira do “Grupo dos 20”, decorrida entre os dias 24 e 25 de Setembro na cidade norte americana de Pittsburg, várias recomendações com o intuito de não voltarmos a viver uma crise como a que nos deparámos há cerca de um ano atrás. O conjunto de propostas centra-se sobre melhoramentos na gestão dos riscos que levem a uma maior harmonização nas práticas e informação contabilística, de modo a permitir uma maior facilidade de actuação dos supervisores, fundamental para o saudável funcionamento do sistema financeiro. De entre as várias propostas realço – maior coordenação entre entidades de supervisão dos diversos países; percepção mais apurada e desejavelmente preventiva dos riscos sistémicos envolvidos; alinhamento entre incentivos e riscos incorridos. Todas elas me parecem pertinentes embora haja uma que desperte em mim especial atenção, a tentativa de criar tectos salariais aos gestores das instituições financeiras. É comum que em tempos de crise, se opte, em vez de tentar vislumbrar soluções para os problemas, se tente achar “bodes expiatórios” para justificar um problema no qual todos somos responsáveis. Repare-se que os governos, pelo menos em vários dos estados membros, (incluindo Portugal) foram coniventes com os bancos deixando que estes passassem impunes em diversas situações. O cidadão comum, muitas vezes pequeno investidor, iludido pelo lucro fácil contribuiu para o agravamento da situação com recurso a créditos ao consumo de forma desmesurada. Parece-me pois a mim, uma forma de ludibriar e desviar atenções o tentar fazer ver ao “Zé Povinho”, que os únicos responsáveis pela grave crise que atravessámos sejam os bancos e que o que está a ser feito ao limitar os seus salários, é suficiente para que a crise não se volte a repetir e para que o sistema financeiro se torne mais transparente. É uma medida de carácter populista e revela falta de coragem por parte dos governantes. Parece-me também, uma medida demasiado “Leninista” tentar controlar os salários do sector privado, já que os salários nessas instituições só chegaram a tal ponto, como resposta à intensa concorrência entre os bancos em demonstrar resultados para atraír mais investidores, que por sua vez tinham de atribuir prémios aos seus gestores para os compensar por tais feitos. Foram cometidos demasiados erros, que vão desde o sector da regulação, aos governos, passando pelos bancos e pelo simples investidor tendo todos desempenhado um papel no desenvolvimento da crise económica.
José Martins
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular "Economia Portuguesa e Europeia", do Curso de Economia (1º ciclo), da EEG/UMinho]
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