sábado, 10 de outubro de 2009

Que futuro nos espera?

No ambiente de crise económica e financeira que Portugal vive desde 2001, o desemprego, pelo número de pessoas que engloba e por afectar individualmente e socialmente um país, torna-se numa questão primordial a ser debatida tanto a nível político como ao nível social. Nos últimos tempos, este tem sido o assunto que tem suscitado uma infinidade de debates. São os políticos a prometer um leque alargado de soluções e são as pessoas a ambicionar por medidas o mais rápido possível.
Para este ano, o Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, compreendendo a situação débil que se vive, adoptou medidas temporárias de apoio e estímulo ao emprego. Estas medidas visam essencialmente os jovens à procura do primeiro emprego, os desempregados de longa duração e os trabalhadores precários.
Segundo o Instituto Nacional de Estatísticas, no 2º trimestre de 2009 a taxa de desemprego foi de 9,1%, mais 1,8 pontos percentuais que no trimestre homólogo, tendo-se ultrapassado a barreira dos 500 mil desempregados no mês de Agosto. São números muito impressionantes. Só na faixa etária de 15-24 anos, no 2º trimestre de 2009, registou-se 18,7% dos desempregados, sendo 17,5% com o ensino superior.
É certo que a recessão económica mundial está a afectar todos os grupos etários, mas são os jovens que estão a ser mais afectados, na sua maioria jovens que ainda não tiveram nenhuma experiência profissional. Segundo o Relatório da OCDE, “Education at a Glance”, com dados de 2007, Portugal é o país onde o desemprego de jovens qualificados é mais elevado, afectando cerca de 51 % dos jovens com o ensino superior e com idades compreendidas entre os 24 e os 34 anos, sendo a média dos países da OCDE 42 %. Por outro lado, se alterarmos o nível de ensino de superior para inferir ao secundário e mantivermos a faixa etária, verificamos uma subida considerável de 11 pontos percentuais (61 % em Portugal), contra os 55 % da média da OCDE. Em Espanha o peso do desemprego de longa duração para jovens universitários com a mesma faixa etária é de 39 % enquanto a taxa de desemprego para jovens sem o ensino secundário é de 42 %.
Neste relatório, verificou-se que na média dos países da OCDE, o desempregado que tem maiores qualificações tem maior probabilidade em conseguir emprego, em relação ao resto da população. Aliás, ter o secundário completo reduz em 6,7 pontos percentuais o risco de desemprego para quem tiver entre 20 e 24 anos.
São números que nos perturbam e que nos fazem pensar a cada momento. Será que daqui a um ano engordarei estes números do desemprego? São perguntas que nós com o terminar da licenciatura nos colocamos.
Assim sendo, é cada vez mais importante apostar em benefícios, a serem concedidos às empresas, de forma a integrarem um maior número de jovens trabalhadores nos seus quadros, principalmente neste momento de crise mundial, tendo sempre por base a enorme necessidade de se continuar a investir na formação e na aprendizagem dos jovens de hoje, adultos do futuro.

Catarina Ferreira

Referências:
http://economico.sapo.pt/noticias/desemprego-avanca-na-zona-euro-mas-desce-em-portugal_71002.html
http://epp.eurostat.ec.europa.eu/tgm/mapToolClosed.do?tab=map&init=1&plugin=0&language=en&pcode=teilm022&toolbox=legend
http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_indicadores&indOcorrCod=0000593&selTab=tab0
http://ultimahora.publico.clix.pt/

[artigo de opinião produzido no âmbito da u.c. "Economia Portuguesa e Europeia", do Curso de Economia (1º ciclo), da EEG/UMinho]

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