domingo, 19 de outubro de 2014

A regressão da Educação

A educação é, normalmente um reflexo da situação económica e social de um país, e desde a Revolução de Abril, em Portugal, sempre houve uma preocupação acentuada com esta área, principalmente, com o Ensino Superior. No entanto, desde há muito pouco tempo, devido às acentuadas dificuldades financeiras (inegáveis, mas que não explicam tudo!), houve um decréscimo de investimento nesta área; o porquê deste desinvestimento é que não é aceitável, pois na educação assenta o futuro do próprio país!
Já desde 2008 que, comparativamente com outros países do continente Europeu, gastamos uma percentagem do nosso PIB muito menor que países como França, Bélgica, Suécia, Dinamarca, e podemos daí tirar algumas ilações básicas sobre o estado actual de Portugal face aos exemplos enumerados;
Contudo, nem é esse o maior problema. O maior problema têm sido os mais recentes cortes e as consequências nefastas que têm trazido para o Ensino Superior Público Português, onde desde 2010 se verifica um desinvestimento ainda mais acelerado. Em 2012, o investimento na Educação caiu para mínimos próximos dos observados nos anos 90. Como se já não fosse suficiente, o OE para 2015 prevê que as Universidades fiquem impedidas de usar 15% das suas receitas próprias, o que fará com que este decréscimo tenha de ser substituído, e essa substituição recairá, muito provavelmente, nos alunos, quer em propinas ou noutro tipo de pagamentos.
E se desde 2012 que o número de alunos do Ensino Superior tem vindo a diminuir, com as medidas levadas a cabo por este (des)governo, a tendência será de uma maior descida nos alunos inscritos no Ensino Superior, pois os gastos tornar-se-ão insuportáveis para as comuns famílias portuguesas.  
Posto isto, resta-nos perceber até quando é que os responsáveis do nosso país vão continuar com este tipo de políticas anti-educação, e quando é que se vão aperceber que a educação é o ponto de partida para a formação e criação de melhores profissionais e, portanto, de indivíduos mais produtivos. De notar que é também a Educação que forma pessoas civicamente e politicamente mais activas e responsáveis, o que faz com que o investimento hoje na educação traga rendimentos multiplicados no futuro!

António Peixoto 

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]  

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