terça-feira, 14 de outubro de 2014

O Estado das Exportações em Portugal

Portugal é hoje um país mais exportador. Prova de que nem tudo são más notícias, foram os resultados das exportações em 2013, que marcou o quarto ano consecutivo do aumento das exportações e o primeiro ano das últimas duas décadas a ter uma balança corrente e de capital positivas. 
Segundo os dados fornecidos pelo Banco de Portugal, em 2013 as Exportações Portuguesas de Bens e Serviços ascenderam o valor de 68,2 mil milhões de euros, o que representa um aumento de 5,7% face ao mesmo período em 2012. Assim, nesse ano, as exportações portuguesas representaram cerca de 41% do Produto Interno Bruto, sendo que o sector do Turismo representou cerca de 9,5% do PIB, valor que ultrapassa os 9,2 mil milhões de euros em volume de exportações. Assim sendo, podemos assim concluir que o ano de 2013 foi um ano de sucesso para as exportações em Portugal. Mas, o que devemos esperar para o presente ano de 2014?
De acordo com o Boletim Económico, publicado este no mês de Outubro pelo Banco de Portugal, as exportações de bens e serviços apresentaram um crescimento mais moderado no primeiro semestre de 2014, ainda que a um ritmo superior ao da atividade económica geral. Relativamente aos bens, o crescimento em volume das exportações diminuiu para 2,0% (face aos 5,7% registado em 2013). Esta desaceleração foi atribuída ao sector dos combustíveis, mais especificamente à interrupção registada na produção de combustíveis na Galp, no início do ano. Não obstante, as exportações nominais de bens (excluindo os combustíveis) cresceram no primeiro semestre do ano a um ritmo superior ao observado em 2013 (4,5% face a 2,1% no conjunto do ano 2013). É importante salientar a evolução positiva de diversos grupos de produtos, nomeadamente os têxteis, vestuário, calçado (crescimento na ordem dos 11,3%), produtos plásticos e borrachas (7,4%) e produtos animais e vegetais (8,5%).
Por sua vez, as exportações de Serviços desaceleraram no primeiro semestre de 2014 (para 4,4%, quando comparado com o crescimento de 8,2% em 2013). Este fenómeno refletiu um abrandamento nos serviços de construção e nos serviços prestados a empresas (este último, com um abrandamento significativo). No entanto, as exportações relativas ao Turismo mantiveram-se dinâmicas e aceleraram face ao conjunto do ano 2013, tendo sido registado um crescimento de 10% no 1º semestre. 
Apesar das exportações terem verificado um crescimento inferior à evolução da procura externa de bens e serviços, é de salientar que devemos continuar a ter uma perspetiva positiva face a este assunto, visto que as previsões do Banco de Portugal para o 2º semestre de 2014 indicam que as exportações deverão apresentar um crescimento médio anual de 3,7%. Prevê-se também uma recuperação das exportações de bens e serviços, com um crescimento superior ao da procura externa. É de ressalvar o crescimento bastante acentuado da componente dos serviços, particularmente o Turismo. 
Sendo assim, penso que o contínuo crescimento das exportações portuguesas e a sustentabilidade deste são factores muito importantes para a reabilitação da economia, contribuindo para uma visão mais positiva do futuro e mostrando que Portugal está no caminho de uma recuperação económica. Portanto, de modo a impulsionar o crescimento, o Estado deveria promover o investimento em bens transaccionáveis e diversificar os parceiros comerciais para combater a dependência dos países europeus. 
Como resultado da recuperação económica, haverá um aumento das importações e, para que a balança comercial continue positiva, é necessário estimular o desenvolvimento das empresas exportadoras. 

Filipa Figueiredo Barros

Referências: 
http://www.portugal.gov.pt/pt/os-temas/exportacoes/exportacoes.aspx

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

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