quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Energias Renováveis: Portugal, um país privilegiado

As energias renováveis são as energias provenientes de fontes naturais que possuem a capacidade de regeneração, ou seja, não se esgotam. Em Portugal, a produção de energia elétrica através de fontes renováveis tem aumentado: passou de 30.9% em 2000 para 44.3% em 2012.
Segundo a APREN, Associação Portuguesa de Energias Renováveis, 32.8% do consumo de eletricidade em Portugal Continental, referente aos valores acumulados de Janeiro até Setembro de 2014, foi de energias renováveis, das quais 23.3% eólica, 5.4% biomassa, 1.3% solar e 2.8% pequenas centrais hídricas. 
As energias renováveis apresentam múltiplos benefícios ambientais, económicos e sociais. Os benefícios ambientais são a redução de emissões de gases de efeito estufa, combate às alterações climáticas e diminuição de emissão de composto de enxofre, nocivos ao ambiente, à saúde humana e ao património. Um dos benefícios económicos é o facto de os sistemas de energia baseados em energias renováveis terem elevados custos de investimento inicial, no entanto, os custos de operações e manutenção são reduzidos, permitindo diminuir o risco associado à volatilidade dos preços dos combustíveis fósseis e dos direitos de emissão de carbono.  Outro benefício económico está relacionado com o PIB: o sector de eletricidade com fontes de energias renováveis permitiu atingir aproximadamente 2.700 milhões de euros em 2013, tendo, desde 2010, crescido em média 4% ao ano, o que corresponde a uma contribuição média adicional de cerca de 100 milhões de euros por ano. 
Em 2013, a Eólica foi a fonte de energia de maior contribuição no PIB Nacional (56% do total do setor), através da geração de 1.527 milhões de euros de riqueza, e a fonte Hídrica foi a segunda maior contribuidora (33%), ao gerar direta e indiretamente cerca de 910 milhões de euros. Do ponto de vista social, a grande vantagem das energias renováveis traduz-se na criação de emprego: até 2013 as fontes de energia renováveis foram responsáveis pela geração de mais de 40.000 empregos, sendo expectável que esse valor suba para cerca de 67.000 até 2030. Contudo, entre 2010 e 2013 o número de empregos gerados pelas mesmas não sofreu grandes alterações.
Portugal vive uma crise económica e social que se reflete numa diminuição do crescimento económico e em desemprego, e a aposta mais intensiva neste tipo de energias pode ser vantajoso para combater essa crise, visto que o nosso país tem um grande potencial para ser explorado. Portugal apresenta uma rede hidrográfica relativamente densa, uma elevada exposição solar média anual e dispõe de uma vasta frente marítima que beneficia dos ventos atlânticos, o que permite aproveitar o potencial energético da água, luz, das ondas e do vento. Assim, Portugal encontra-se numa posição privilegiada para diminuir a dependência energética de fontes de energias não renováveis, o que se verificou entre 2010 e 2013: as importações evitadas tiveram um aumento de cerca de 15%. 
Em suma, Portugal deve continuar a investir cada vez nestas energias verdes com vista melhorar a condição e económica para além de todas as vantagens para o ambiente.

Sara Cristina Alves Ferreira

Fontes:
PORDATA
APREN

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]  

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