terça-feira, 7 de outubro de 2014

Inovação tecnológica: é ela um fator primordial?

No paradigma vigente, cada vez mais atuamos numa economia intensiva em tecnologia e em mudança permanente. A inovação tecnológica designa, grosso modo, a conceção e desenvolvimento de novos produtos e serviços ou de novos processos de produção, bem como a agregação de novas funcionalidades ou características ao produto ou processo que implique melhorias incrementais. 
Partindo da análise do impacto da inovação tecnológica ao nível empresarial, é primordial evidenciar que quanto mais inovadoras forem as empresas maior a possibilidade de estas virem a obter vantagem competitiva perante as concorrentes, dado que a inovação tecnológica é atualmente substancial na dinamização das empresas e nas suas estratégias de diferenciação. Através de modificações nos produtos, de novas abordagens ao nível da comercialização e novas formas de distribuição, as empresas podem assim alcançar um determinado grau de diferenciação face às suas concorrentes e obter um melhor desempenho.
De entre o leque diversificado de vantagens que a inovação tecnológica proporciona às empresas, a mais relevante incide ao nível da produção. A tecnologia permite aumentar o volume de produção, resultando num produto mais barato e de melhor qualidade. 
Tendo em referência o exposto anteriormente e na sua aceção lata, a inovação tecnológica é, indubitavelmente, a principal fonte e, simultaneamente, tem inquestionáveis  efeitos a nível de difusão do crescimento e desenvolvimento social e económico de um país. O economista Joseph A. Schumpeter foi um dos primeiros defensores da vinculação entre a capacidade de inovar de um país e o seu nível de desenvolvimento e crescimento económico.
Apesar de todos estes benefícios que a inovação tecnológica faculta, quer em termos gerais ao país, quer em termos particulares às empresas, é primordial referir que a ela estão também associados inconvenientes, nomeadamente a poluição e o desemprego tecnológico. Este tipo de desemprego resulta da desvalorização e substituição da mão-de-obra humana por máquinas, podendo posteriormente converter-se em desemprego de longa duração, gerando avultadas despesas para o estado, nomeadamente ao nível dos subsídios de desemprego.
A inovação, no entanto, não é algo que surge de forma espontânea. Tratando-se o investimento em I&D (Investigação e Desenvolvimento) de uma componente essencial da inovação, a aposta neste campo deve ser considerada uma prioridade estratégica.
Analisando a performance de Portugal nesta temática, e tendo em conta dados estatísticos obtidos no PORDATA assentes na rubrica das despesas em atividades de I&D, é possível constatar que, apesar dos maus resultados que Portugal apresenta atualmente, com um valor de apenas 1,7% do PIB, é essencial evidenciar que desde 1982 Portugal veio a apresentar uma tendência de crescimento neste campo, passando de 0.1% do PIB em 1982 para 1.7% do PIB, tal como referido anteriormente. Todavia, os baixos índices de investimento em investigação e desenvolvimento que se têm arrastado ao longo dos anos, e que ainda persistem, terá limitado a inovação e impedido o acesso a tecnologias mais produtivas.
Face ao exposto, é possível constatar que a inovação tecnológica permite aos países desenvolverem-se economicamente, tornando-se mais competitivos, não só no mercado interno mas também no mercado externo. A riqueza de uma economia assenta na sua capacidade de inovar. A inovação tecnológica é indubitavelmente a chave para o crescimento a longo prazo no contexto competitivo atual.

Windy Martins Noro

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]  

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