domingo, 12 de outubro de 2014

Emigração em Portugal

Considerado por muitos como sendo absurdo, o facto de haver incentivo à emigração é também para outros algo positivo. Sendo esta uma manobra quase de desespero, principalmente para os jovens que são “atirados” para o mercado de trabalho, ter de abandonar o país na procura de melhores condições de vida pode ser algo construtivo tanto na vida profissional como na vida pessoal.
Portugal vê-se atualmente num estado caótico no que diz respeito aos novos empregados. São demasiados os licenciados que procuram um emprego que escasseia cada vez mais. A situação tem piorado ao longo dos anos e cada vez mais os portugueses se vêem obrigados a abandonar o seu lar e partir para um local onde tenham mais oportunidades e onde possam ser melhor remunerados.
O crescimento económico é muitas vezes impedido, fazendo com que a economia seja bloqueada e fique estagnada, o que tem acontecido nos últimos 10 anos. Este problema deve ser resolvido e a economia portuguesa deve tornar-se mais dinâmica, para que assim se criem as condições necessárias para que as gerações seguintes tenham as oportunidades que tanto buscam no estrangeiro. O excesso de importações existentes em Portugal e a desvalorização dos produtos nacionais levam a um enorme problema de falta de indústrias, o que contribui diretamente para um aumento no número de desempregados.
Os números de acerca de 2 anos atrás apenas se assemelham aos constatados na década de 60. O pico enorme verificado a partir de 2009 é fruto da situação económica degradante, sem futuro e que irá perdurar por muito tempo. Os principais destinos dos portugueses são França, Luxemburgo, Reino Unido e Angola. 
Podemos verificar, que estando a França numa situação menos boa da sua economia, ainda assim consegue ser mais chamativo do que ficar no próprio país e lutar por um lugar no mercado de trabalho. A situação é insustentável, tendo Portugal os recursos que tem. As oportunidades têm de ser criadas para permitir que a situação seja invertida a tempo, antes que haja mais uma vaga e o número de emigrantes multiplique para números absurdos.
Apenas na última década, 700 mil portugueses abandonaram o país, sendo que a diferença é que desta vez, comparativamente à década de 60, há uma "fuga de cérebros". A segurança que havia há uns anos nos licenciados, a esperança de um futuro com grandes oportunidades, desvaneceu com os anos, sendo que mesmo que haja um investimento significativo nos estudos, nunca se saberá se será compensado no próprio país.

Ângelo Rafael Gonçalves Moreira

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

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