terça-feira, 4 de novembro de 2014

Comer, beber e ‘turistar’ !

Apesar da situação atual do país, somos um país com um potencial de turismo muito rico e variado e com produtos turísticos que mostram o melhor de cada local.
O turismo é um setor importante da economia, que sustenta o crescimento económico e o emprego. Contudo, um dos nossos maiores desafios consiste em reforçar e melhorar o desenvolvimento de um turismo sustentável, que equilibre a otimização dos benefícios económicos, ambientais e socioculturais.
O setor de viagens de Gastronomia e Vinho é ainda muito recente no nosso país, mas atrai cada vez mais consumidores interessados neste tipo de produto, pois tem sido alvo de crescente valorização enquanto elemento cultural intangível.
Portugal dispõe, devido às suas zonas de cultivo e de mar, de uma enorme variedade gastronómica e de fortes tradições vitivinícolas, pelo que deve aproveitar e estruturar uma oferta competitiva e atraente a este nível.
Tendo em conta as suas especificidades, estes produtos encontram no meio rural e, em especial, nos territórios menos desenvolvidos, o seu território de eleição, pois conservam o que é genuíno e autêntico, sem alterações substanciais.
Estes dois produtos são potenciais motores de desenvolvimento regional destes territórios, combatendo a constante desertificação e trazendo uma ‘nova vida’ aos mesmos.
Os turistas que tiram partido deste género de turismo possuem por norma um nível cultural elevado e boas situações económicas, o que pode ser um indicador relevante para o crescimento evidenciado ao nível do turismo gastronómico e do enoturismo (estudos revelam um crescimento entre 7 e 12% ao ano).
Este tipo de turismo pode ser, sem dúvida, o grande potenciador do desenvolvimento regional, trazendo inúmeras mais-valias para a economia local e melhorando a qualidade de vida dos residentes.
Promover um turismo ligado a gastronomia e ao vinho, sustentável e com qualidade servirá como garantia da preservação do património local, ajudará a fixar a população no território, podendo inverter os fluxos migratórios de modo a atenuar a desertificação destas áreas e fará também com que as comunidades residentes saiam beneficiadas a vários níveis.
Contudo, como qualquer tipo de turismo, existem aspetos negativos, como por exemplo a inflação local ou, por vezes, o ultrapassar da capacidade de carga de uma zona em períodos sazonais, bem como o comportamento irrefletido de alguns turistas. Devido a isso, como em todos os setores turísticos, é importante o planeamento e a aposta em planos sustentáveis ligados aos produtos que são potenciais atrativos turístico-culturais de um local, região ou país.  

Diana Viana Abreu

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

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