domingo, 16 de novembro de 2014

INTERNATIONAL SOURCING

1) O QUE E O SOURCING INTERNACIONAL?
international sourcing consiste na deslocalização total ou parcial de funções até então realizadas por uma empresa residente num determinado país, para outras empresas localizadas nesse país ou no estrangeiro e com as quais existiam ou não relações de grupo. As funções deslocalizadas podem constituir o core business da empresa (negócio principal) ou funcionarem como atividade de suporte.
Estamos perante sourcing internacional quando as funções são deslocalizadas para outras empresas no estrangeiro.

2) COMPARATIVA SOURCING INTERNACIONAL NO PERÍODO 2009-2011 E PLANOS PARA 2012-2015.

2.1) Introdução
No período 2009-2011, 15,3% das empresas em Portugal com 100 ou mais pessoas ao serviço realizaram sourcing internacional, principalmente dirigido a países da União Europeia e dos PALOP.
Cerca de 12% tiveram planos para realizarem sourcing internacional no período 2012-2015. Os países da UE a 15 e os PALOP seriam também destinos preferenciais, adquirindo os PALOP uma importância acrescida.
Em 2011, 9,1% das empresas com 100 o mais trabalhadores tinham filiais no estrangeiro, constituindo os PALOP, os países da UE15 e o Brasil os destinos prediletos para a sua localização. Cerca de 24% das empresas subcontrataram funções de negócio a fornecedores externos estrangeiros, localizados maioritariamente nos países da UE15.

2.2) O sourcing internacional no período 2009-2011.
No período 2009-2011, 15,3% das empresas com 100 o mais trabalhadores realizaram sourcing internacional (mais 3,1% que no período 2001-2006). Mais de 72% das empresas que realizaram sourcing internacional faziam parte de um grupo económico.
Em portugal, 18,2% das empresas da indústria deslocalizaram atividades para o estrangeiro, 5% mais do que observado no conjunto dos outros setores de atividade.
O sourcing internacional continua a ser um modelo sobretudo usado por empresas do setor da indústria, sendo crescente a utilização por empresas de outros setores. Em relação ao período 2001-2006, Portugal registou um acréscimo de 8,7% na proporção de empresas de outros setores que realizarem sourcing internacional.
Também em relação ao período 2001-2006, no período 2009-2011 foi notório o incremento da deslocalização das funções de suporte ao negócio (acréscimo em Portugal de 8,9%).
Em Portugal, as funções de suporte mais deslocalizadas para o mercado internacional foram as administrativas e de gestão e as TIC.
No contexto Europeu, as TIC foram as funções mais frequentemente objeto de sourcing internacional; as funções de I+D e engenharia foram outras das funções de suporte mais deslocalizadas para o mercado internacional.
Em Portugal, cerca de 70% das empresas realizaram sourcing internacional com parceiros localizados na UE.Também foi elevada a frequência de empresas portuguesas a deslocalizarem funções para o resto do mundo, incluindo no “resto do mundo” os PALOP (percentagem significativo).
Por tipo de funções de negócio, os países de UE foram o primeiro destino escolhido pelas empresas portuguesas para a deslocalização quer de funções de core business quer de funções de suporte ao negócio.
Os PALOP ocupam a segunda posição enquanto destino para o sourcing internacional de parte ou da totalidade das funções de core business e a terceira posição para a deslocalização de funções de suporte ao negócio.
Em Portugal, as decisões estratégicas do cabeça de grupo foram consideradas como a principal motivação para a deslocalização, e o acesso a novos mercados foi a segunda motivação.
No contexto europeu, as decisões estratégicas do cabeça de grupo e a redução de gastos de pessoal foram as motivações mais valorizadas aquando da deslocalização de funções para o mercado internacional.
2.2.1) Retorno do sourcing internacional 2009-2011.
2,3% das empresas com 100 ou mais trabalhadores ao serviço fizeram regressar a Portugal funções de negócio alvo de sourcing internacional. Para 25,9% das empresas, os custos superiores ao esperado foram a principal motivação para o retorno do sourcing internacional.
2.2.2) Atividades das filiais de empresas portuguesas no estrangeiro em 2009-2011.
9,1% das empresas com 100 ou mais trabalhadores tinham filiais localizadas no estrangeiro.
Cerca de 40% das empresas com filiais tinham filiais localizadas nos PALOP dedicadas a realização de parte ou totalidade de funções do seu core business. Por outro lado, cerca de 52% tinha filiais na UE para onde deslocalizaram pelo menos uma das suas funções de suporte ao negócio principal. 34,8% registaram incremento do emprego das filiais no estrangeiro.
2.3) Planos outsourcing internacional 2012-2015.
Cerca de 12% das empresas com 100 ou mais pessoas ao serviço tem planos de deslocalizar. Esta percentagem sobe para 56,4% se forem consideradas só aquelas que realizaram sourcing internacional em 2009-2012.
UE e os PALOP continuam sendo os primeiros lugares para a deslocalização de funções de core business.
Mais de 69% das empresas portuguesas optaram pela UE. Os PALOP e o Brasil acolheram 32,4% e 24,7% das empresas, respetivamente.
Cerca do 40% das empresas com planos futuros para a realização de sourcing internacional referiram esperar que este tenha impactos no emprego da sua empresa ao nível da deslocalização para o estrangeiro de postos de trabalho de elevada qualificação.

Rosana Pilar López Alvez

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

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