domingo, 9 de novembro de 2014

“FRUTO DA VIDEIRA E DO TRABALHO DO HOMEM”

Segundo o Instituto da Vinha e do Vinho, desde os tempos mais remotos que o vinho tem vindo a desempenhar um papel de relevo em quase todas as civilizações. "Fruto da videira e do trabalho do Homem", não é ultrapassado por nenhum outro produto da agricultura. Repleto de simbologia, impregnado de religiosidade e de misticismo, o vinho surge desde muito cedo na nossa literatura, tornando-se fonte de lendas e inspiração de mitos.
Em Portugal, a cultura da vinha está fortemente enraizada, fazendo parte integrante da paisagem natural, da história e da cultura portuguesa. A questão que agora se coloca é a evolução futura deste sector, considerando que este tem vindo a sofrer profundas modificações quer do ponto de vista produtivo quer do ponto de vista comercial, com a entrada, em força, nos mercados internacionais.
O sector do vinho é um dos mais importantes na economia portuguesa, contribuindo de maneira muito significativa para o valor final da produção agrícola e para as exportações, sendo notável o seu elevado contributo para o saldo da balança comercial, pois é um dos poucos sectores agro-alimentares com uma balança comercial positiva. Contudo, este sector representa uma realidade desvantajosa, na medida em que condições climatéricas adversas condicionam a produção do vinho.
Actualmente, a reputação internacional dos vinhos Portugueses é inquestionável. O vinho português tem conseguido afirmar-se a nível internacional por ser uma proposta única e diferenciadora, a que se associa uma qualidade muito consistente e uma excelente relação qualidade-preço. A crise que o país atravessa levou os produtores a reforçarem a aposta nos mercados externos, com um investimento anual de 7 milhões de euros e mais de 100 acções de marketing desenvolvidas anualmente para a promoção dos vinhos de Portugal. 
As exportações de vinho português demonstram este dinamismo do sector. Os dados do Instituto Nacional de estatística (INE) revelam que, em 2011, o valor exportado foi de mais de 652 milhões de euros, tendo ultrapassado em 2012, pela primeira vez os 700 milhões. 
No ano de 2013, o sector do vinho subiu as exportações pelo quarto ano consecutivo, tendo aumentado em 2,4% as exportações face ao ano anterior, fechando o ano com receitas de 725 milhões de euros. Segundo os cálculos do Instituto da Vinha e do Vinho, compilados a partir das estatísticas de comércio internacional do INE, o preço médio progrediu 13,3%, situando-se nos 2,37 euros por litro. Apesar do volume total exportado ter sido inferior a 2012, o aumento do preço médio “assinala uma maior predisposição dos mercados a pagar melhor pelos vinhos portugueses”, pode ler-se no comunicado de imprensa do IVV. 
Num contexto de concorrência acrescida, é reconhecido que há ainda muito a fazer para reforçar a notoriedade e o valor da marca “Wines of Portugal”, mas os resultados atestam que o sector está no bom caminho. Portugal tem hoje uma marca consistente nos mercados externos. Agora é a hora de Portugal ter orgulho e manter a produção de vinhos de qualidade e bater os seus rivais como parte de assegurar uma parte satisfatória e bem merecida do mercado.

Rafaela Silva Ribeiro 

Referência: http://www.viniportugal.pt/AViniPortugal

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

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