O cenário que vou
abordar é o da saída de Portugal da Zona Euro e desvalorizar a nova moeda.
As vantagens da saída de Portugal, com a desvalorização da
nova moeda, são as seguintes: nos mercados internacionais, o preço
dos produtos portugueses ficaria mais baixo, assim sendo a venda de produtos
nacionais nos mercados externos aumentaria, aumentando as exportações, que é um
dos principais motores da economia nacional; uma moeda internacionalmente mais
fraca incentivaria o turismo, aumentando não só o sector do turismo como o da
restauração e afins, afectando a nossa balança comercial positivamente; o
aumento do volume de exportações significaria que o volume de vendas nacional
aumentaria na mesma proporção; a balança comercial tende a equilibrar e aumenta
o PIB Nacional e a riqueza.
Acresce
que o Estado aumentaria a sua receita fiscal, logo o défice das contas públicas
tenderia a baixar, não precisando de ajudas externas, como financiamentos da Troika, não tendo assim de pagar, além
dos financiamentos, os juros altíssimos que eles acarretam; com o maior alívio da carga fiscal sobre os cidadãos, estes dispõem
de um maior rendimento para o consumo interno, e, como consequência, de um
maior poder de compra.
Em contrapartida, neste cenário, espera-se que
haja um aumento da taxa de inflação, sobretudo no início da alteração. No
entanto, na totalidade da economia nacional, atendendo ao aumento da
produtividade das empresas, espera-se que exista uma redução na taxa de
desemprego. Ocorrem, também, benefícios para a Banca, passando esta a dispor de
um aumento dos depósitos de clientes, bem como uma menor necessidade de
financiamento externo. Com este aumento de produtividade, é necessário um
aumento da mão-de-obra, o que significa que vai haver mais contribuintes para a
segurança social e menos pessoas a necessitar de subsídios de desemprego,
tornando a Segurança Social mais forte.
Por
outro lado, as desvantagens da saída de Portugal da Zona Euro são: o pagamento
de taxas cambiais nas trocas comerciais com a Zona Euro; o aumento da taxa de
inflação, pelo menos numa fase inicial, como disse anteriormente,
maioritariamente devido à inevitável importação de petróleo, gás natural, eletricidade,
automóveis, tecnologias, etc.; a desvalorização do valor real dos salários e a
perda de poder de compra por efeito da desvalorização da moeda; a
desvalorização do valor dos depósitos bancários, também consequente da
desvalorização da nova moeda face ao Euro; corrida aos bancos para levantar depósitos
em Euros; o agravamento da dívida a pagar à Troika
e outros países credores de Portugal, uma vez que a desvalorização da nova
moeda nacional faria aumentar o valor da dívida portuguesa perante os credores
internacionais; aumento da taxa de juro por causa do aumento da dívida a pagar pela
Banca.
Há ainda um cenário possível mas altamente improvável que é o
de Portugal sair da Zona Euro e valorizar a nova moeda. Mas não vou abordar
este cenário na medida em que é bastante improvável.
Após a análise dos prós e dos contras da saída de Portugal da
Zona Euro, a minha opinião é que Portugal deve continuar na Zona Euro, pois os
riscos da saída são bastante grandes no que toca ao crescimento da economia
portuguesa. Outros factores que me levam a concluir que Portugal deve
permanecer na Zona Euro são o facto das dívidas externas se tornarem maiores
devido à desvalorização da moeda nacional e também o aumento da taxa de
inflação, que não sei se seria sustentável mesmo com o crescimento que traria a
necessidade de aumento da produtividade e consequente mão-de-obra das empresas
portuguesas.
Pedro Pereira
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade
curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º
ciclo) da EEG/UMinho]
1 comentário:
Bonito artigo
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