Entre 2001 e 2011, Portugal registou um
crescimento populacional de 2%. Todavia, a maioria da população vive no
litoral, intensificando um despovoamento cada vez maior nas regiões do
interior. O país não pode ignorar tal acontecimento. É necessário aplicar
medidas que melhorem a qualidade de vida daqueles que optam por viver longe das
grandes cidades.
Desde 1950 que o interior de Portugal
tem assistido a um continuado despovoamento, juntando-se a este o problema do
envelhecimento. Segundo alguns autores e investigadores, até 2040 Portugal
verificará um decréscimo populacional de aproximadamente 6,6%, prevendo-se que,
nessa altura, o interior não ultrapasse 15,5% do total nacional. O despovoamento
do interior deve-se a anos de saída da população jovem e à baixa fecundidade
(em 2013, o índice sintético de fecundidade em Portugal situou-se abaixo dos
1,3, ou seja, muito abaixo dos 2,1 que asseguram a reposição geracional).
Apesar das previsões apontarem para que o declínio só venha a acontecer depois
de 2040 e ser então ainda possível inverter esta tendência, existem alguns
alertas que devem ser tidos em conta. Caso a onda de emigração dos últimos anos
se mantenha, medidas de combate ao despovoamento do interior não terão o efeito
desejado.
O problema não se prende exclusivamente
com a baixa densidade populacional, pois países como a Noruega, Finlândia e
Suécia são exemplos extremos na Europa e estão longe de serem países pouco
desenvolvidos. A situação de Portugal diz respeito à combinação de problemas de
baixa densidade populacional com o envelhecimento. De acordo com o sítio da
Eurostat, a região mais envelhecida da europa em 2013 era portuguesa (Pinhal
Interior, concelhos de Sertã e Vila de Rei), com 32,4% da população acima dos
65anos.
A solução para este nosso problema deve
passar por atrair, em simultâneo, novos habitantes, serviços e empresas.
Medidas de incentivo à natalidade não são suficientes. A par disto é necessária
uma oferta de serviços de qualidade nas áreas da Saúde, Ensino, Segurança
Social e Justiça – imprescindíveis para atrair pessoas e empresas. Isto porque
o apoio à natalidade é importante, mas o investimento na atração de empresas e
na melhoria de condições de vida acaba por se tornar mais relevante ainda. O
facto de ocorrer um aumento da oferta de emprego , por exemplo, transmite estabilidade
para as pessoas e permite-lhes pensar
em ter a sua própria casa. Isso é que
por sua vez as leva a ponderar terem
mais filhos.
É necessário que sejam tomadas medidas
não só ao nível central, como também autárquico. Os próprios municípios,
através dos recursos que possuem, devem preocupar-se em oferecer um conjunto de
regalias e incentivos àqueles que optarem por viver no interior, tal como se
tem vindo já a verificar em alguns casos no país.
Cátia
Soraia Miranda Barbosa
Sítios utilizados:
[artigo de opinião produzido no âmbito
da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de
Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
Sem comentários:
Enviar um comentário