O
principal inimigo do planeta terra é o próprio ser humano, com atitudes
destrutivas e irreparáveis. Este impacto negativo, deve-se, em parte, ao uso
excessivo dos recursos, nomeadamente dos combustíveis fósseis usados na
produção de energia e, com a
iminente ameaça de extinção destes, o ser humano tem-se voltando para os
recursos infinitos e não poluentes.
O consumo de energia é uma área com grande impacto, sendo este tanto maior, negativamente, quanto a energia seja produzida através de combustíveis fosseis, como o petróleo, carvão e gás natural. A produção de energia, através destes recursos, exige grande número de centrais, que na maior parte são financiadas pelo estado, ou seja, são, em parte, pagas pelo consumidor na fatura da eletricidade. Além do mais, são dos grandes responsáveis pelo défice energético, que em Portugal, entre 2004 e 2011, já atingiu os 4% do PIB.
Apesar do preço da fatura da eletricidade ser muito importante, principalmente no contexto de crise e recessão em que estamos inseridos, devemos pensar num futuro mais sustentável e independente a nível energético. Os combustíveis fósseis têm um preço menor que as energias renováveis, mas não nos podemos esquecer que Portugal precisa de importar estes bens e de que estes são finitos, logo, à medida que vão se esgotando, os preços vão-se tornar cada vez mais altos e insustentáveis. Por isso, devemos apostar no uso de fontes de energia renováveis, bens ilimitados e sem um preço de mercado, que apesar de terem um grande custo, devido a implementação de estruturas grandiosas e complexas, à medida que novas tecnologias são desenvolvidas, têm tendência a diminuir. É nesta fase que os académicos tornam-se fundamentais.
É necessário estudar, analisar e investigar as fontes de energia, para criarem novos métodos de produção. Essas técnicas ao serem adaptadas pelas empresas do sector vão desenvolver postos de trabalho, sendo esperado atingir-se os 58532 empregos em 2020, dos quais 53930 serão postos diretos, além de que vão tornando cada vez mais a energia produzida eficiente e limpa.
Devemos também realçar que, com o uso de renováveis, Portugal diminui o nível de importações, sendo de se esperar que, entre 2010 e 2030, o valor acumulado de importações evitadas de combustíveis fósseis para a produção de eletricidade ascenderá a 37 mil milhões de euros.
As energias renováveis devem ser vistas como uma salvação, pois, para além de melhorarem o planeta, melhoram as finanças do país no longo prazo, atraindo investimento, quer nacional quer estrangeiro, em parte através das universidades que, tendo grande prestígio e reconhecimento nesta área em países como a China, os EUA e ainda o Brasil, atraem investidores.
Em 2012 foram investidos 8,6 mil milhões no sector da energia limpa, dos quais 6 mil milhões são de capitais estrangeiros. Nesse mesmo ano, o sector contribui com mais de 3,2 mil milhões de euros de forma direta e indireta para o PIB e com 200 milhões em contrapartidas pagas pelos produtores entre 2008 e 2012 ao sistema financeiro.
Em Portugal, as energias renováveis no ano de 2014 tiveram uma importância de 97,6% na produção primária de energia, tendo subido cerca de 1 p.p. desde 1997, enquanto na Europa apenas têm uma contribuição de 25,4%, sendo que 53% da energia consumida em Portugal era de origem renovável, subindo 2 p.p. em 2015. Apesar destes dados, Portugal tem ainda um longo caminho a percorrer e é de esperar que no futuro o país passe a ser totalmente independente, energeticamente falando, e que cada vez mais invista no sector das energias renováveis, até porque, além de ser bom para a economia, é ainda melhor para o meio ambiente.
Elisa Tinoco
Fonte:
[artigo
de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e
Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
Sem comentários:
Enviar um comentário