Entende-se
como salário mínimo o valor mais baixo que os empregadores podem legalmente pagar aos seus funcionários pelo tempo e
esforço gastos na produção de bens e serviços.
Quase um milhão de portugueses recebe o salário mínimo, valor que aumentou 60% desde 2014.Numa altura em que se vai decidir o orçamento de estado para 2017 e sabendo que o valor do salário mínimo nacional (SMN) é de 530 euros, a questão que se levanta é se, de facto, é rentável ou não aumentar o seu valor. Está em discussão o aumento do salário para 600 euros até 2019 e um aumento já, em janeiro, para 557 euros.
Quase um milhão de portugueses recebe o salário mínimo, valor que aumentou 60% desde 2014.Numa altura em que se vai decidir o orçamento de estado para 2017 e sabendo que o valor do salário mínimo nacional (SMN) é de 530 euros, a questão que se levanta é se, de facto, é rentável ou não aumentar o seu valor. Está em discussão o aumento do salário para 600 euros até 2019 e um aumento já, em janeiro, para 557 euros.
Depois de ter
estado congelado nos 485 euros entre 2011 e 2015, o mais recente aumento na remuneração
deu-se em janeiro deste ano, com uma mudança de 505 para 530 euros, o que não
prejudicou o emprego. Em relação ao número de novos inscritos na Segurança
Social, houve um aumento neste primeiro semestre, relativamente ao primeiro
semestre de 2015, com os valores de 508.5 mil e 489.7 mil, respetivamente.
Mas quais são
as vantagens de aumentar o SMN? Como foi referido anteriormente, o salário
mínimo aumentou de 2015 para 2016 em 25 euros (de 505 para 530 euros), e o que
se tem assistido no país é a uma descida tendencial da taxa de desemprego
prevista para 11,9%, dado que no ano passado rondava os 12,5%. Conta-se com um
acréscimo da produtividade visto que o aumento da remuneração é interpretado
como uma motivação monetária que inclina os trabalhadores a esforçarem-se mais.
Logo, os empregados que beneficiem do SMN terão oportunidade e poder de compra
maior, o que originará uma economia mais viva. Desta forma, acredita-se que o aumento
do salário mínimo poderá ajudar a reduzir a pobreza e a equilibrar ligeiramente
a diferença de rendimentos.
Por outro lado,
o aumento do SMN conduz a um acréscimo dos custos laborais e
reduz a empregabilidade dos trabalhadores com baixas qualificações, visto que
há uma tendência para salários mais elevados corresponderem a qualificações
mais elevadas.
Acresce o facto
do aumento do salário mínimo poder não ser sustentável para algumas empresas,
sobretudo as de menores dimensões. Com o aumento dos custos e a diminuição dos
lucros, estas empresas perdem competitividade e podem aumentar os seus preços
ou, no pior dos cenários, podem mesmo fechar. Face a esta possibilidade, é
importante perceber qual é a margem de manobra das empresas.
Estudos sobre o
aumento do salário mínimo desenvolvidos pela Comissão Europeia anunciam um
impacto negativo, embora reduzido, nas contas públicas. Uma subida do salário
mínimo corresponderia a perdas de receita nos cofres públicos.
O salário
mínimo varia bastante entre países. Portugal está longe dos países com melhores salários mínimos no mundo e mesmo dos países da Europa com os salários mais elevados. Mesmo a nível interno, os salários em Portugal diferem e o fosso entre ricos e pobres é acentuado.
Assim, dada a elevada incidência do SMN
junto de importantes grupos de trabalhadores e de empresas, é difícil concluir
se haverá um risco significativo de efeitos de novos aumentos do SMN.
Maria Miguel Oliveira Costa
[artigo de
opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e
Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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