As
exportações são um elemento essencial para que um país consiga ter uma economia
sustentável e competitiva. As exportações vão dinamizar o processo de produção,
através das economias de escala, vão criar um espírito mais inovador e
competitivo nas empresas que se vai refletir na economia.
Em Portugal,
registou-se nos últimos anos, mais precisamente entre 2010 e 2014, um aumento
do peso das exportações de bens e serviços no PIB, aumentando 10 pontos
percentuais, chegando até aos 40%, isto face a um aumento também do peso das
importações no PIB, mas apenas de 2 pontos percentuais. O aumento das
exportações face a importações fez com que em 2012 Portugal apresentasse uma
balança comercial positiva, o que já não acontecia desde o ano de 1995.
Portugal apresentou uma capacidade líquida de financiamento de cerca de 0,4% do
PIB.
Portugal tem
assim feito uma aposta forte na exportação, demonstrando facilidade na
exportação de uma série de produtos, como
por exemplo a cortiça, calçado, têxteis e outros menos conhecidos, como as fibras sintéticas,
armas e munições.
Existem 43
tipos de produtos que o nosso país consegue exportar com vantagem comparativa relativamente
aos restantes países, mas apenas somos líderes mundiais nas exportações em
apenas dois produtos, a cortiça e as fibras sintéticas e artificiais. A
evolução das exportações assume grande relevância no comportamento da economia,
o que significa que se deve manter ou aumentar o investimento em indústrias que
dêem sinais que se conseguem potencializar mais no futuro em termos de
exportação, como por exemplo a indústria do calçado, que acabou o ano de 2015
com vendas de 1,9 mil milhões de euros, mesmo estando à “sombra” das marcas
italianas. Em 2014, a indústria transformadora foi a que mais contribuiu para
as exportações portuguesas, representando 63,1% do total, com destaque para os
automóveis, 9,7%, muito devido à Autoeuropa, a fábrica da Volkswagen situada em
Setúbal.
Em 2016, as
exportações portuguesas sofreram uma descida, com as exportações para Angola a
caírem 44,6% no trimestre terminado em março. Segundo o Instituto Nacional de
Estatística (INE), as exportações para a Angola recuaram 334 milhões, na
totalidade de todos os grupos de produtos, destacando-se as máquinas e
aparelhos, produtos alimentares e metais comuns. Estas variações nos valores de
exportação devem-se principalmente à redução dos preços dos combustíveis desde
meados do ano passado. O comportamento das exportações de cada um dos meses
deste ano até julho mostra uma tendência de quebra face ao respetivo período
homólogo, sendo fevereiro a excepção, visto que foi o mês em que as vendas
foram superiores às de igual período de 2015.
Sendo as
exportações um dos estimuladores principais do desenvolvimento da economia, é
essencial que as empresas exportadoras consigam mais apoios do Governo,como por
exemplo a níveis fiscais através da
isenção de impostos. Além disso é necessário que haja mais divulgação dos
produtos portugueses de modo a serem desejados, e eventualmente comprados,
pelos consumidores estrangeiros. Portugal necessita que o resto do mundo
dependa mais de produtos nacionais, incentivando a produção de indústrias em
franca afirmação no nosso país, como é o caso do calçado.
Concluindo, é
necessário haver um aumento da competitividade das empresas, apostando na
internacionalização, no empreendedorismo e na inovação. Através destes requisitos,
Portugal vai ser mais capaz de fortalecer a sua presença comercial no resto do
mundo. É necessário que haja um desenvolvimento de competências na área da
inovação, como a criação de mais núcleos de investigação e inovação.
Nuno Afonso Cruz Loureiro
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia
Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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