Olhando a evolução dos tempos, não
podemos deixar de notar que temos sido os privilegiados pela era tecnológica,
onde têm ocorrido transformações constante em volta dos serviços de
telecomunicação e acesso à internet, só para termos o mundo a um clique.
Segundo a UIT (União Internacional de Telecomunicação), até 2015, o número de
usuários conectadas à internet era de 3.2 bilhões, tendo aumentado em relação
aos anos anteriores. Esses dados são interessantes pelo facto de percebermos o
quanto o uso destes serviços tem sido uma porta aberta para a sociedade,
cultura, economia e finanças, e que todos nós (famílias, empresas e o Estado),
temos ganho com a mesma.
No que concerne a este impacto
positivo que a internet tem-nos proporcionado, queremos concentrar-nos na
evolução do comércio eletrónico, e quanto este tem sido uma mais-valia para o
desenvolvimento da economia em si.
O conceito de Comercio Electrónico (E-commerce) envolve mais do que do que
apenas comprar e vender, dado que inclui todos os tipos de esforços de
pré-vendas e pós-vendas. Inclui também novos enfoques para pesquisa de
mercados, gestão de lideranças qualificadas de vendas, anúncios, compras e
distribuição de produtos e suporte a clientes, recrutamento, relações públicas,
operações de negócios, administração de produção, distribuição de conhecimentos
e transacções financeiras. (Choi, STahl & Whinston 1997).
Este comércio traz muitas vantagens
para as empresas, de modo a serem mais eficientes e eficazes no desenvolvimento
dos seus produtos e serviços, como disponibilidade de novos produtos, lojas
disponíveis para aquisição destes produtos e serviços de 24 horas por dia,
redução dos seus custos comerciais associados ao custo de contratação de
vendedores, redução dos custos na distribuição, melhoria da relação com os seus
clientes e aumento de vantagens competitividade no mercado em que operam.
De acordo com dados recentes do
EUROSTAT, em 2015 o acesso à internet pelas famílias, para a EU (28), foi de
83%, e em Portugal foi de 70%. Quanto às Empresas que têm acesso à banda larga,
na EU (28) foram de 95%, estando Portugal acima da média da EU (28) com 96%.
Estes mesmos dados mostram para o
mesmo ano que a promoção do e-commerce
para as empresas na EU (28) foi de 17%. Países como Irlanda (32%), Noruega,
Suécia e Dinamarca (26%) estão muito acima da média da EU(28). Portugal também
se encontra acima desta média, com 19%. Quanto à promoção do e-commerce para a famílias, este tem
sido mais acentuado, com a EU(28) com 53%, Dinamarca(79%), Noruega (76%),
Alemanha(73%) e Portugal(31%).
As compras por parte dos indivíduos
foram de 43% na EU(28), UK(75%), Noruega(61%), Dinamarca(67%), Alemanha(64%) e
em Portugal(23%). As vendas por parte das empresas, não se distingue da promoção
do e-commerce.
Podemos
concluir que, embora a e-commerce
traga muitas vantagens para a economia de um país, o factor chave será sempre
os consumidores e a disposição das empresas para inovação e adaptação dos seus
produtos e serviços, e uma melhor gestão na relação com os seus clientes e
fornecedores.
No caso de Portugal, o uso do e-commerce é muito baixo em relação a
outros países da União Europeia não só pelo facto das empresas terem mais
acesso à internet, ou pelo facto dos consumidores terem pouca preferência por
este tipo de comércio, pela insegurança, preocupações e nível de confiança, ou
mesmo por resistência à mudança, como
também porque Portugal é um dos país da EU que menos investe na promoção deste
tipo de comércio para a sua população. Acreditamos que este tipo de comércio
seria uma mais-valia para a economia Portuguesa, como tem sido para a economia
de outros países, se os consumidores ganharem preferências pelo mesmo.
Lendina Fernandes
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia
Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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