quarta-feira, 20 de novembro de 2013

A Imigração na Economia Portuguesa

No início do século XXI – até meados de 2002 – a quantidade de imigrantes de longo prazo a viverem em Portugal era bastante elevada, tendo quase alcançado as 80.000 pessoas. Este número tão elevado acabou por sofrer uma grande quebra entre 2002 e 2006, passando para metade, cerca de 40.000 pessoas. De 2006 em diante o cenário de diminuição manteve-se, atingindo-se um valor de 20.000 imigrantes em Portugal no ano de 2011.
            A elevada imigração no início do século deveu-se principalmente à ilusão de que em Portugal encontrariam empregos bem recompensados que não encontravam nos seus países. No entanto, com o desenvolvimento do país, a procura de trabalhadores por parte das empresas começou a ficar cada vez mais escassa e a imigração começou a ser cada vez menor. Para além disso, com o despertar da crise económica dos últimos anos esta tem diminuído ainda mais.
            A maioria dos portugueses, 3 em cada 4 (segundo um estudo encomendado pelo ACIME à Universidade Católica Portuguesa), está contra a vinda de mais imigrantes, no entanto a verdade é que estes imigrantes têm ajudado o país a não entrar numa completa recessão. Isto porque, para além de virem diminuir os efeitos da baixa natalidade e do elevado envelhecimento populacional, como são mais produtivos que os portugueses, vêm também colmatar falhas de habilidade/capacidades, reduzindo os efeitos que se fazem sentir devido à baixa capacidade de inovação das empresas.
            É então errado pensar que os imigrantes são um peso para a nossa economia e que é por causa deles que estamos tão mal, com tanto desemprego e com salários tão baixos. Pelo contrário, a verdade é que eles têm ajudado a economia portuguesa a desenvolver-se, ao trazerem novas metodologias, novas ideias e, principalmente, experiencia e capacidade de trabalho que muitos portugueses não têm.
            Podemos no entanto pensar que eles também nos fazem incorrer em custos, como por exemplo na saúde, na educação, no caso de estarem também eles desempregados, mas tal como nós também eles descontam para as finanças e para a segurança social e também pagam impostos, como o IVA ou o IRS. Se formos a comparar os números de 2011, talvez até fiquemos surpreendidos ao sabermos que a despesa total em imigrantes foi de 729 milhões de euros e que as receitas através deles arrecadadas foram de 1041 milhões de euros, tendo gerado neste ano um saldo positivo de cerca de 311 milhões de euros.
            Ao contrário do que muita gente pensa, a presença de imigrantes em Portugal não é nem próximo de uma situação de parasitismo social, como se costuma chamar. Muito pelo contrário, é até benéfica para as contas do estado e para o desenvolvimento da nossa sociedade.

Adriana Daniela Santos

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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