domingo, 17 de novembro de 2013

A Reforma do Estado (a minha proposta)

         Sabendo que ainda estou a dar primeiros passos na ciência económica, considero que como candidato a economista e português devo tentar dar o meu contributo no que concerne à necessária Reforma do Estado, essencial para garantir a sua sustentabilidade.
Acabar com a gratuidade UNIVERSAL de educação e da saúde. O sistema de educação devia ter propinas variáveis consoante o rendimento do aluno ou agregado familiar que o sustenta, isto é, não é razoável que o filho de uma pessoa que ganhe 10000€ por mês pague o mesmo de quem ganhe 10000€ por ano; sabendo que a esperança média de vida continuará a aumentar, não é de surpreender que o SNS já esteja a “arrebentar pelas costuras”, pelo que pessoas com rendimentos mais elevados deveriam ser obrigadas a suportar custos mais elevados.
Modernizar a Administração Pública. A melhor forma de perceber se um serviço faz sentido é adoptar a técnica do orçamento de base zero, isto é, todos os serviços têm de justificar a sua existência no orçamento do ano seguinte. Além disso, é necessário criar um verdadeiro sistema de avaliação que permita distinguir os efectivamente produtivos dos “parasitas”. Também é fundamental criar um regime de obrigatoriedade de formação contínua, por forma a combater a A.P. obsoleta.
Acabar com Justiça cara e de fraca qualidade. Quando um investidor se propõe a analisar um país, a justiça é um dos indicadores preponderantes. Um estudo realizado pelo Conselho Europeu revela que Portugal tem um tempo de pendência associado aos processos judiciais de 925 dias contra 54 na Áustria, por exemplo. Não se ouve falar na redução dos custos associados aos processos judiciais, visto que é a área da sociedade onde os lobbies são mais poderosos (juízes, advogados,…). A celeridade da justiça em Portugal atinge o ponto mais revoltante quando os dados indicam que é o país da União com mais magistrados por 100 mil habitantes (13.9).
Simplificar o Sistema Fiscal. É necessário entender de uma vez por todas que quem cria riqueza e emprego são as empresas. Por conseguinte, é fundamental reduzir a taxa de IRC o máximo possível, uma vez que deve ser suficientemente atractiva para atrair investimento estrangeiro, mas também para manter o já fixado. Todavia, este esforço não pode ser sustentado à custa dos contribuintes, como está evidenciado na actual proposta de Orçamento de Estado para 2014.
Na minha opinião, Portugal deve proceder a uma revisão constitucional com acordo da totalidade do parlamento, uma vez que a actual constituição está a tornar o nosso país ingovernável. Não quero com isto dizer que proponho o fim do Estado Social, mas a verdade é que um documento elaborado há décadas tornou-se hoje obsoleto. Assim sendo, devemos promover o debate acerca de problemáticas que conduzirão à “luz ao fundo do túnel”, como, por exemplo: as exportações como motor de crescimento; a produtividade como a verdadeira medida de riqueza; potenciar o relacionamento com África e Brasil; redução do endividamento das empresas; e, por fim “reformar a geração de Abril”.

André Silva

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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