quarta-feira, 20 de novembro de 2013

O Endividamentos das Famílias Portuguesas

    O Endividamento ou o saldo devedor de um agregado familiar tem vindo a crescer fortemente desde os anos 90, especialmente a partir da segunda metade do mesmo, em que a taxa de endividamento atingiu os 15% entre o ano de 1998 e 1999. Apesar dos números não serem ideais, há sinais de melhorias nos anos mais recentes.
     Para uma melhor percepção dos níveis de endividamento das famílias portuguesas, é importante ver qual o peso do endividamento no rendimento disponível. Tendo como fonte o Banco de Portugal, é perceptível um crescente aumento do endividamento em percentagem do rendimento disponível, com um aumento de 15% em 1991 para valores a rondar os 120% em 2007, sendo que entre o ano de 1998 e de 1999 há um aumento de cerca de 20 pontos percentuais, passando, o endividamento em percentagem do rendimento disponível de 60% para 80%.
     No lado contrário da Poupança, o Consumo das famílias em percentagem do rendimento disponível tem vindo a aumentar na última década do século XX, passando de aproximadamente 80% do rendimento disponível em 1990 para valores a rondar os 100% do mesmo em 1999.
      Depois da análise à poupança em percentagem do rendimento disponível, passo para a análise da taxa de poupança em percentagem do Produto Interno Bruto. Segundo dados do Banco de Portugal, o nosso país passou de uma taxa de poupança de 10% em 1995 para taxas de poupança a rondar os 5% em 2007, sendo mesmo dos países da União Europeia com uma taxa de poupança das mais baixas, a par da Irlanda e da Espanha. Por outro lado, países como a Alemanha e a Itália têm taxas de poupança a rondar os 10% em 2007, não obstante o facto de também terem descido as suas taxas de poupança, comparativamente à década anterior.
     Um conceito relacionado com o endividamento é o conceito de sobre-endividamento, situação extrema de endividamento em que os consumidores já não têm capacidade de pagar as suas dívidas, causado este, sobretudo, pelo desemprego.
      Apesar de nas últimas décadas as famílias não terem taxas de poupança aos níveis do esperado e aconselhado, nos últimos anos há um ligeiro aumento das mesmas em relação a outros anos, visto que as familías vivem num clima de medo e incerteza sobre o seu futuro, não sabendo quando é que os sucessivos cortes em salários e pensões e os sucessivos despedimentos não irão afectar o seu agregado familiar.

Pedro Ulisses Soares 

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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