segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Mobilidade eléctrica cada vez mais viável

O ambiente económico mudou, originando novas atitudes em relação a temas como a mobilidade. Também as alterações fiscais. Que o orçamento 2014 irá trazer, aumentando a carga fiscal dos veículos a gasóleo, tornam a mobilidade eléctrica cada vez mais atractiva.
Ainda há algum desconhecimento por parte dos agentes económicos em relação às opções eléctricas, pelo que, aliado a um preço mais elevado, tornam a penetração deste segmento limitada. Não obstante, existe uma oferta cada vez maior deste tipo de veículos, quer no segmento de duas rodas, quer no de quatro rodas, que servem perfeitamente algumas necessidades face á opção convencional de combustão. Se pensarmos que 80% das deslocações diárias se situam abaixo dos 50 km, a opção eléctrica acaba por ser a mais favorável em termos de custo total por km, apesar do custo de aquisição superior.
Do ponto de vista profissional, a opção eléctrica pode ser mais vantajosa em algumas áreas. O segmento táxi ou serviços de entregas são os melhores exemplos. No primeiro, para utilizações diárias que não excedam os 200 km, é a solução mais rentável. Se pensarmos que o custo do combustível é superior a 30% dos custos de operação, a redução drástica deste factor produtivo pode originar forte incremento da rentabilidade diária: um táxi que funcione 12 horas pode reduzir a actividade a oito para a mesma rendibilidade.
No caso das frotas dedicadas a entregas em motorizadas no espaço urbano, autonomias superiores a 60 km são hoje um standard recorrendo a baterias de lítio. Apesar do custo de aquisição ser superior ao de uma scooter normal, pode ser possível opção de financiamento cuja mensalidade seja equiparável ao custo mensal de combustível e manutenção de uma scooter ou mota convencional. Ainda existe pouca oferta por parte das empresas de gestão de frota automóvel, que ainda se mostram cépticas e solicitam um prémio de risco elevado. Mas assim que a procura aumentar e o mercado de usados se tornar mais líquido, acabarão também por oferecer soluções de financiamento competitivas.  
                Apesar do estado ter acabado com os apoios á comercialização destas viaturas desde a chegada da troika, esta tecnologia irá encontrar o seu lugar na sociedade portuguesa, quer nas empresas, quer nas famílias. A redução dos custos, e a diminuição do risco relacionados com a volatilidade dos preços do petróleo, que podem fazer aumentar as despesas e diminuir a rendibilidade de uma empresa de um ano para o outro, irão ser o suficiente para a evolução neste sector.
                Esta mudança também traz benefícios profundos à economia portuguesa no que diz respeito às importações, já que uma parte relativamente grande das importações são combustíveis fósseis.
                Finalmente, o mais importante será investir em investigação neste sector, já que todas pessoas querem ter uma certa mobilidade, o que tornará este sector um dos mais fortes em todo o mundo e com elevadas taxas de crescimento, e será uma nova possibilidade para Portugal ter algo a dizer no mercado internacional de automóveis.

 Nuno Francisco Gonçalves Correia

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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