terça-feira, 5 de novembro de 2013

Situação Demográfica em Portugal

A diminuição drástica dos nascimentos e o aumento da esperança de vida fazem com que seja impossível renovar as gerações, causando assim um efeito na composição etária da população que marca o processo do envelhecimento demográfico com que Portugal se depara.
Com uma esperança de vida à nascença calculada em 76,3 anos para os homens e 82,4 anos para as mulheres e com uma natalidade inferior ao necessário contribui para que o número de pessoas idosas ultrapasse o número de jovens, segundo uma estimativa do INE, em 2050, cerca de 80% da população portuguesa será envelhecida e a idade média poderá situar-se nos 50 anos.
O que leva as famílias a terem um menor número de filhos? No contexto atual do país, a crise que este ultrapassa torna bastante fácil a resposta a esta questão. A instabilidade dos empregos e o incremento do desemprego, o retardar da entrada no mercado de trabalho, a dificuldade de conciliar a vida profissional com a familiar e a progressão da carreira profissional constituem fatores a ponderar na decisão de ter filhos.
O envelhecimento demográfico surge, assim, como um fenómeno irreversível, resultante sobretudo de baixos níveis de natalidade, dos quais o país não consegue recuperar. Este envelhecimento leva a grandes impactos económicos políticos e sociais. O problema que surge é como é que os governantes devem agir perante este quadro social? É uma questão bastante complicada pois existem problemas a serem considerados: com o aumento do número de idosos, haverá mais a beneficiar de reformas; outro problema incide no aumento dos gastos com a saúde pública, uma vez que a população mais velha necessita de mais cuidados de saúde.
Fica assim em causa tanto a sustentabilidade da segurança social como a estrutura da despesa pública, sobrecarregada com a necessidade de aumentar os gastos com os serviços de saúde associados à população idosa. Numa outra perspetiva, as teorias macroeconómicas sugerem que o envelhecimento da população desacelera o crescimento do país. A diminuição da produtividade, do espírito empreendedor e de iniciativa são também consequências deste fenómeno que levam á diminuição do crescimento económico.
É necessário implementar políticas de ataque ao problema. Uma reação óbvia será aumentar a natalidade. Acontece que em Portugal não existe preocupação com as políticas sociais e de família, havendo necessidade de aumentar o orçamento dedicado ao apoio às famílias. As autoridades públicas deverão olhar com uma enorme seriedade para esta situação, na tentativa da construção de políticas consistentes, naquilo que é uma lista limitada de opções existentes.

Marisa Oliveira Couto

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

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