sexta-feira, 6 de outubro de 2017

A falta de crédito às empresas

O crédito bancário consiste na modalidade de empréstimo de capital, neste caso em relação às empresas, assente na confiança.
Relativamente a Portugal, o valor dos empréstimos concedidos ao setor empresarial assume, atualmente, o mínimo histórico. Durante os primeiros 7 meses do ano corrente, os bancos atribuíram 16.478 milhões de euros às empresas, segundo os dados do Banco de Portugal. Este montante descreve o pior arranque de ano desde que há registo. Menos 8% face ao período homólogo de 2016.
A falta de financiamento por parte da banca nacional justifica-se por numerosos e variados motivos, sendo que o desajustamento entre a oferta e a procura de crédito, de acordo com Filipe Garcia,  será o predominante. Conforme o economista da IMF, “Os bancos querem emprestar a empresas com melhor saúde financeira, que têm estado a desalavancar ou que não encontram projetos interessantes para investir. Pelo contrário, as empresas que precisam de crédito não têm encontrado vontade dos bancos em aumentar o envolvimento. Ou seja, as empresas a quem os bancos querem emprestar não precisam de crédito e às empresas que precisam de crédito os bancos não querem emprestar”.
As grandes empresas têm sido as maiores lesadas no que toca ao acesso ao crédito. Estas coletaram 6.570 milhões de euros durante os primeiros 7 meses de 2017. Comparativamente ao mesmo período do pretérito ano, ocorreu um decréscimo de 13,1%. As pequenas e médias empresas, por sua vez, conquistaram 9.908 milhões de euros entre janeiro e junho do presente ano, um montante que significa uma queda de 4,5% face a 2016.
Não obstante as operações se situarem em mínimos, Filipe Garcia acredita que esta é uma preferência por parte dos bancos, já que se encontram mais criteriosos nas suas decisões. A abertura para a concessão de créditos existe, embora com maior facilidade em relação às famílias. No que concerne às empresas, os bancos optam por selecionar ponderadamente quem querem, ou não, financiar de modo a não correrem riscos exorbitantes.

Diana Esteves Antunes


[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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