segunda-feira, 2 de outubro de 2017

O turismo em Portugal no século XXI

       O turismo português tem vindo a crescer a um ritmo acelerado, tendo sido considerado, no ano de 2006, um dos mais atrativos do mundo pela Organização Mundial do Turismo. Este reconhecimento deveu-se essencialmente a fatores como o clima, a gastronomia e a herança cultural e patrimonial. Mais recentemente, em 2017, Portugal recebeu o óscar do turismo para melhor destino europeu.
A atividade económica relacionada com viagens organizadas é impulsionada pela globalização e pelo aumento das comunicações mundiais. Esta apresenta diferentes vertentes, que, de acordo com dados do INE, no ano de 2014, geraram um total de 318,5 milhões de euros, sendo que 70% do valor anterior se justifica por motivos de lazer, 9% por razões profissionais e 5% por motivações religiosas.
         Se, por um lado, o turismo tem consequências positivas para Portugal, nomeadamente a geração de emprego nos setores e regiões turísticas, com expressão na construção de equipamentos e infraestruturas, a fim de melhorar a qualidade e o bem-estar da permanência dos turistas, no maior investimento estrangeiro (pela sua relação e permanência no país) e, finalmente, na maior arrecadação de impostos, através do aumento do consumo (IVA) e do emprego (IRS). Por outro lado, esta atividade económica reflete-se negativamente na economia portuguesa, uma vez que causa a inflação e a especulação imobiliária, fazendo com que a população nativa sofra aumento de preços dos bens e dos imóveis. Adicionalmente, obedece ao critério da sazonalidade, sendo que a geração de emprego é, também, temporária, e, por último, leva à dependência excessiva do capital estrangeiro ao nível do investimento e do financiamento.
Segundo fontes do PORDATA, ocorreu uma evolução no sentido do crescimento em termos da despesa média por viagem e por turista, entre os anos de 2001 e 2016. Relativamente à despesa média por viagem, em 2001, esta correspondia a 100,9 euros, tendo aumentado para 101,0 euros, em 2016. Esta variável teve uma progressão até 2008, ano em que equivalia a 186,4 euros, tendo sofrido um decréscimo, que a levou a atingir o seu mínimo de 78,9 euros, em 2013. No que respeita à despesa média por turista, esta aumentou, passando de 21,6 euros, no ano de 2001, para 27,6 euros, no ano de 2016. A variável em questão alcançou o seu mínimo de 21,4 euros, em 2013, e o seu máximo de 50,6 euros, em 2016.
         Para além disso, o peso do turismo no PIB português tem vindo a crescer, representando, atualmente, cerca de 6,4% do PIB. Este desenvolvimento do peso da atividade turística no PIB permitiu a criação de postos de trabalho em unidades hoteleiras, companhias aéreas, entre outros: no ano de 2015, o setor turístico abrangia 8,2% do emprego total e, no ano de 2026, conjetura-se que albergue 22% do emprego total. A WTCC prevê que, em 2026, o valor do peso do turismo aumente para 7,3% do PIB, o que é equivalente a, aproximadamente, 14,6 mil milhões de euros.

Maria Laura Nunes Carvalho

·         https://sites.google.com/site/informacaoturistica11l/6-impacto-do-turismo

 [artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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