O
turismo português tem vindo a crescer a um ritmo acelerado, tendo sido
considerado, no ano de 2006, um dos mais atrativos do mundo pela Organização
Mundial do Turismo. Este reconhecimento deveu-se essencialmente a fatores como
o clima, a gastronomia e a herança cultural e patrimonial. Mais recentemente,
em 2017, Portugal recebeu o óscar do turismo para melhor destino europeu.
A
atividade económica relacionada com viagens organizadas é impulsionada pela
globalização e pelo aumento das comunicações mundiais. Esta apresenta
diferentes vertentes, que, de acordo com dados do INE, no ano de 2014, geraram
um total de 318,5 milhões de euros, sendo que 70% do valor anterior se
justifica por motivos de lazer, 9% por razões profissionais e 5% por motivações
religiosas.
Se,
por um lado, o turismo tem consequências positivas para Portugal, nomeadamente
a geração de emprego nos setores e regiões turísticas, com expressão na
construção de equipamentos e infraestruturas, a fim de melhorar a qualidade e o
bem-estar da permanência dos turistas, no maior investimento estrangeiro (pela
sua relação e permanência no país) e, finalmente, na maior arrecadação de
impostos, através do aumento do consumo (IVA) e do emprego (IRS). Por outro
lado, esta atividade económica reflete-se negativamente na economia portuguesa,
uma vez que causa a inflação e a especulação imobiliária, fazendo com que a
população nativa sofra aumento de preços dos bens e dos imóveis. Adicionalmente,
obedece ao critério da sazonalidade, sendo que a geração de emprego é, também,
temporária, e, por último, leva à dependência excessiva do capital estrangeiro
ao nível do investimento e do financiamento.
Segundo
fontes do PORDATA, ocorreu uma evolução no sentido do crescimento em termos da
despesa média por viagem e por turista, entre os anos de 2001 e 2016. Relativamente
à despesa média por viagem, em 2001, esta correspondia a 100,9 euros, tendo
aumentado para 101,0 euros, em 2016. Esta variável teve uma progressão até
2008, ano em que equivalia a 186,4 euros, tendo sofrido um decréscimo, que a
levou a atingir o seu mínimo de 78,9 euros, em 2013. No que respeita à despesa
média por turista, esta aumentou, passando de 21,6 euros, no ano de 2001, para
27,6 euros, no ano de 2016. A variável em questão alcançou o seu mínimo de 21,4
euros, em 2013, e o seu máximo de 50,6 euros, em 2016.
Para
além disso, o peso do turismo no PIB português tem vindo a crescer,
representando, atualmente, cerca de 6,4% do PIB. Este desenvolvimento do peso
da atividade turística no PIB permitiu a criação de postos de trabalho em
unidades hoteleiras, companhias aéreas, entre outros: no ano de 2015, o setor
turístico abrangia 8,2% do emprego total e, no ano de 2026, conjetura-se que
albergue 22% do emprego total. A WTCC prevê que, em 2026, o valor do peso do
turismo aumente para 7,3% do PIB, o que é equivalente a, aproximadamente, 14,6 mil milhões de euros.
Maria Laura Nunes Carvalho
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https://sites.google.com/site/informacaoturistica11l/6-impacto-do-turismo
[artigo de opinião
produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do
3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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