A Continental-Mabor, multinacional alemã, atualmente a quarta
maior exportadora Portuguesa, emprega
1.900 pessoas em Famalicão e em 2016 faturou 830 milhões de euros, com lucros
de 225,8 milhões. Com mais de 70 anos de
produção de pneus, a Mabor exporta 98% da sua produção para mais de 60 países,
tendo o principal foco a Alemanha, devido ao seu acordo com a Volkswagen.
Estima-se
que até final do ano de 2017 a Mabor investirá mais de 150 milhões de euros na
fábrica de Lousado, em Vila Nova de Famalicão, e com esta medida criará mais de
200 postos de trabalho. Para o presidente da Continental Mabor, “este investimento
só é possível porque o acionista continua a depositar confiança na equipa de
Lousado, que ao longo dos anos tem sabido enfrentar com compromisso os muitos
desafios e são também uma forte motivação para continuarmos com a mesma atitude
nos próximos anos”
Em
contrapartida, a Câmara de Vila Nova de Famalicão investirá aproximadamente 2,6 milhões de euros em infraestruturas. Atualmente,
depois de sair da via principal, o acesso à fábrica da gigante alemã dos pneus
é feito através de pequenas vias secundárias, um enorme desafio para os camiões
que entram e saem incessantemente das instalações. Assim sendo, a nova via vai
ligar a Estrada Nacional 14 à Zona Industrial de Lousado, precisamente onde se
localiza a fábrica da Continental. A câmara de Famalicão garante que os
responsáveis da Continental Mabor mostraram "satisfação" com este
novo acesso, tendo o presidente do município, Paulo Cunha, sublinhado que a
"celebração deste protocolo é uma excelente notícia para Vila Nova de
Famalicão, mas também para o país".
O
concelho de Vila Nova de Famalicão é o 3º maior exportador de pneus em Portugal
e o maior exportador da região do Norte, com
um volume de exportações que ronda os 1,9 mil milhões de euros, e um saldo
líquido da balança comercial de 901 milhões de euros, segundo dados do INE
referentes a 2016. Podemos, então, considerar a Mabor o motor da economia
famalicense.
Este investimento feito pela câmara é uma obrigação para
que haja um constante investimento por parte da Continental na Mabor. Se houver
um constante investimento, como tem havido, não será Vila Nova de Famalicão o
maior beneficiário? Qual seria a justificação da câmara se a empresa começasse
a investir noutra localidade ou, ainda pior, se mudasse para outro local para
obter melhores estradas para se deslocar? É preciso não esquecer que Famalicão
é um ponto estratégico, perto do aeroporto Francisco Sá Carneiro e do porto de
Leixões. Se os mais
de 400 camiões TIR que saem diariamente desta unidade fabril deixarem de sair,
como se justificaria a perda de tantos empregos?
Como não se pode mudar os últimos 20 anos de reivindicação,
na minha opinião, e visto que a Continental continua a creditar confiança na
Mabor, deve haver uma responsabilização por parte da câmara para que a obra se inicie
o mais rápido possível e que seja efetuada sem perturbar o dia-a-dia da
fábrica. Uma empresa que contribuí tanto para o PIB nacional é uma empresa que merece estar no radar das preocupações dos
nossos governantes.
Ana Rita Campos Lima
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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