A
emigração é o ato e o fenómeno espontâneo de
deixar o seu local de residência para se estabelecer numa outra região ou
nação. Este fenómeno migratório esteve sempre
presente na vida humana, marcando períodos importantes na história de várias
nações, assim como Portugal.
Conforme o
relatório do Observatório da Emigração, Malta é o primeiro país da Europa com
maior número de emigrantes, tendo 24,7% da sua população emigrada. Logo a
seguir encontra-se Portugal, com mais de 2,3 milhões de emigrantes,
aproximadamente 22% da sua população, e, em terceiro lugar consta a Croácia,
com 20,6% da população a viver no estrangeiro. Em Portugal, os dados de 2015, mostram
que por dois anos se manteve o mesmo número de saídas para o estrangeiro
registadas em 2013, que corresponde a mais de 110 mil saídas por ano.
Nos finais dos anos 60
do século xx registaram-se mais de 100 mil saídas de Portugal. Nessa altura, a
emigração fazia-se a partir de uma população sem formação/educação, que não
tinha meios de subsistência, mas que queria viver em Portugal e ansiava um dia
voltar. Atualmente, a realidade é outra, sendo a emigração muito diferente
dessa época. A emigração atual corresponde a uma população jovem e qualificada,
ou seja, a maioria dos portugueses que emigram são jovens com uma determinada formação
académica e profissional, que se vêem obrigados a sair do seu país à procura de
melhores condições e oportunidades de trabalho. Fazem-no na tentativa de
evoluir profissionalmente e de encontrar outras economias/culturas onde as suas
qualidades, habilidades e os seus esforços são reconhecidos e recompensados, assim
como de um local para viver que transmita serenidade.
O estado português investiu
na educação destes jovens, no entanto esqueceu-se de criar emprego suficiente
para milhares de jovens que terminam a licenciatura, e agora assiste-se à saída
dos mesmos para outros países, como Reino Unido, França, Suíça, entre outros, à
procura de mais e melhores oportunidades. Para Portugal, isto significa perda
de mão-de-obra qualificada, designada por “fuga de cérebros”. É ainda de
salientar que esta emigração tem um impacto negativo a nível demográfico, na
medida em que contribui para o envelhecimento da população.
Mas então o que fazer
para reverter esta situação? Para combater a emigração, é necessário
reorganizar o mercado laboral, apostando/valorizando mais os recursos humanos,
e criar condições e oportunidades para esta geração que se sente atraído pelo
estrangeiro. Afinal de contas, é uma geração qualificada, dinâmica,
empreendedora e criativa que deve ser o futuro de Portugal.
Eliane
Correia Tavares
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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