Uma estimativa do
Eurostat divulgada esta sexta-feira, 29, informa que a taxa de inflação anual
na zona Euro se manteve estável nos 1,5% em setembro, mantendo-se a mesma
evolução dos preços registada em agosto.
Em Portugal, observou-se uma tendência de aceleração da taxa
de inflação no mês de agosto, com uma variação de 0,2 pontos percentuais, o que
se traduz num aumento de 1,1% para 1,3%. Estes valores mantêm-se, contudo,
abaixo dos observados na zona Euro, como um todo, mas aproximam-se agora um
pouco mais desse valor. No entanto, em relação a agosto de 2016, registou-se
uma aceleração da taxa de inflação, que se encontrava nos 0,8%.
Mas o que é, então, a inflação? A inflação não é mais do que
uma unidade de medida do nível de preços de bens e serviços consumidos por uma
família normal. Fala-se, portanto, em inflação quando há um aumento geral dos
preços de bens e serviços e não apenas de um bem ou serviço específico. Desta
forma, bens diferentes terão um peso diferente ao nível da influência no nível
geral de preços, ou seja, cada componente da inflação terá um peso diferente na
sua determinação. Geralmente, a “unidade de medida” utilizada para comparações
relativamente à inflação é o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC
ou HIPC), que permite confrontar os preços do mesmo cabaz de bens em diferentes
períodos.
Segundo as
estimativas do Gabinete de Estatísticas da União Europeia, Eurostat, os preços
da energia sofreram o maior aumento anual em setembro, verificando-se uma
subida de 3,9% (face aos 4,0% no mês de agosto). Seguem-se os preços da
alimentação, álcool e tabaco, cujo aumento foi de 1,9%, acima dos 1,4% em
agosto. A inflação anual no setor dos serviços foi de 1,5% (1,6% em agosto),
enquanto os preços dos bens industriais se mantiveram estáveis face ao mês de
agosto, nos 0,5%.
Contudo, a inflação subjacente (exclui os preços dos bens
energéticos e alimentares), que é de maior importância para o Banco Central
Europeu, situou-se nos 1,3%, valor que se mantém abaixo da meta estabelecida
pelo BCE, isto é, uma inflação próxima, mas abaixo, de 2%.
Assim, julgo que a economia europeia tem vindo a fazer
progressos face à crise que teve início em 2008, com a inflação a registar
alguma aceleração, tendo atingido, de acordo com as previsões inicialmente
referidas, o nível mais elevado desde abril. Contudo, apesar da taxa de
inflação estar a deslocar-se para a meta que garante a estabilidade dos preços e
uma economia saudável (inflação próxima mas abaixo de 2%), os estudos e
análises efetuados mostram que ainda há um caminho a percorrer.
Para o ano de 2017, a
inflação esperada não será superior a 1,4%. Registar-se-á, possivelmente, uma
ligeira aceleração em 2019, que não deverá ser superior a 1,5% e, de acordo com
analistas do FMI, uma inflação de cerca de 1,9%, relativamente próxima da meta,
será alcançada apenas no ano 2021.
Liliana
Gestosa
Referências:
http://expresso.sapo.pt/economia/2017-09-29-Pressoes-sobre-o-BCE-sao-prejudiciais-avisa-o-FMI
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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