A forte modernização
das empresas portuguesas nos últimos dez anos tem colocado várias questões no
que diz respeito à sua internacionalização. A opinião pública afirma que
Portugal tem ótimas condições para apostar no mercado global devido à sua
recente modernização em vários setores e ao facto do peso das exportações no
Produto Interno Bruto ter subido mais de 10%.
A internacionalização
envolve sempre riscos, visto que requer investimento e introduz as empresas numa
nova perspetiva, pois se está a entrar num mercado muito mais competitivo e
implacável. Citando João Miranda, CEO da Frulact, num artigo de opinião do
Diário de Notícias, “Internacionalizar
é isso mesmo, assumir risco! Mas não será um risco maior não o fazer?”.
A aposta na internacionalização começa pelo apoio contínuo e
sustentado da banca portuguesa, capaz de reagir aos interesses económicos e
estratégicos das empresas nacionais, ou seja, ser capaz de dar o primeiro passo
e introduzir as nossas empresas ao mercado global.
A entrada no mercado internacional sem o suporte da banca
portuguesa seria bastante difícil, sendo que geraria desconfiança nos stakeholders locais. Logo, é essencial
uma relação estável e de confiança com a nossa banca de modo a gerar mais incentivos
para um maior proveito no mercado global.
São vários os exemplos de empresas que encontram sucesso no
exterior, como é o caso do grupo português GSD
Dental Clinics, investindo meio milhão de euros numa clínica de medicina
dentária em Londres, onde a maior parte das empresas internacionais tem
demonstrado receio de apostar devido à recente saída do Reino Unido da União
Europeia. O vinho português é outro produto de enorme sucesso no mercado
internacional, especificamente nos Estados Unidos.
Portugal apresenta todas as condições para ser um país que
aposta no mercado internacional. Recentemente, o governo português
disponibilizou 160 milhões de euros para apoiar pequenas e médias empresas no
seu esforço de internacionalização, qualificação e desenvolvimento tecnológico.
De modo a aumentar as receitas, pretende-se “alargar a base exportadora
nacional” e aumentar o número de novas empresas exportadoras, ou seja, o apoio
continuado da banca e do governo português através destes incentivos bem como
uma nova administração da AICEP são apenas alguns dos motivos para uma maior presença
portuguesa nos mercados internacionais, recentemente.
É ainda relevante discutir o elevado interesse do governo
neste tópico visto que planeia criar um fundo para captar investimento
estrangeiro de modo a cofinanciar fundos setoriais, reforçando assim a presença
e a importância das empresas nacionais no mercado internacional. Um dos
objetivos definidos pelo governo e que assenta na aposta da internacionalização
é atingir a meta de 50% das exportações no Produto Interno Bruto.
Ivo Barros Brito
Referências:
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular
“Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da
EEG/UMinho]
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