Ao
longo dos últimos anos, somos constantemente bombardeados com notícias acerca do
envelhecimento da população. Este novo fenómeno, que surgiu na segunda metade
do século XX, afeta não só Portugal como também vários países da UE. Entende-se
por envelhecimento populacional quando o número de população residente com mais
de 65 anos é superior ao número de população jovem. Isto acontece quando há uma
melhoria significativa da qualidade de vida, que consequentemente resulta, por
exemplo, numa diminuição da taxa de mortalidade e aumento da esperança média de
vida.
Relativamente
à esperança média de vida, em 1960, um indivíduo do sexo masculino podia esperar
viver cerca de 60,7 anos, ao mesmo tempo que as mulheres podiam esperar viver,
aproximadamente, 66,4 anos. Atualmente, a realidade é completamente diferente.
Segundo dados do PORDATA, em 2015, um homem tinha uma esperança média de vida
de 77,6 anos e uma mulher de 83,3 anos.
Observando
as pirâmides etárias, é possível averiguar que há uma diminuição do peso dos
jovens, ou seja, uma contração da base da pirâmide e, por outro lado, há uma
expansão do topo da pirâmide, isto é, há um aumento do peso dos idosos. A
população jovem (dos 0 aos 14 anos), em 1971, era de 2,5 milhões, ao mesmo
tempo que, em 2016, era de 1,5 milhões. A população em idade ativa, por sua
vez, aumentou: em 1971, era de 5,3 milhões e, atualmente, é de 6,7 milhões. Por
último, a população residente com mais de 65 anos, em 1971, rondava os 836 mil
indivíduos e, em 2016, foi de 2,1 milhões.
A
redução do número de jovens é, também, comprovada pela diminuição da taxa de
natalidade que, entre 1960 a 2016, diminuiu cerca de 16%o, sendo em 1960 de
24,1%o e em 2016 de 8,4%o. Analisando mais dados do PORDATA, o nível de
envelhecimento em 1961 era de 27,5%, sendo em 2016 de 148,7%, e o número de
população ativa por idoso era de 7,9, em 1960, enquanto que, atualmente, é de
3,1.
Numa
das mais recentes notícias do jornal Expresso era que “o envelhecimento da
população portuguesa vai estabilizar apenas em 2049”. E, segundo o jornal
Negócios, Portugal será o 4º país mais velho do mundo em 2050, sendo que 40% da
população terá mais de 60 anos. O ranking
realizado pelas Nações Unidas revela que Portugal é um dos seis países a
“envelhecer mais depressa”.
As
principais consequências deste envelhecimento populacional estão relacionadas
com o sistema de segurança social e o sistema nacional de saúde. Quando temos
uma sociedade cada vez mais idosa e menos jovem, irão surgir problemas
relacionados com, por exemplo, o pagamento de reformas, a sustentabilidade do
sistema de saúde, o aumento das despesas, a redução da população ativa (que afeta
a sustentabilidade do sistema de segurança social), as novas despesas com instituições
de apoio aos idosos, etc.
Outro
problema associado ao envelhecimento populacional é a despesa pública. Segundo
o FMI (Fundo Monetário Internacional), a forte diminuição da população
portuguesa pode afetar gravemente a despesa pública. "O declínio previsto
para a população de Portugal representa uma ameaça séria às finanças públicas
portuguesas. Nesse cenário, a despesa pública relacionada com o envelhecimento
aumentaria mais de sete pontos percentuais do Produto Interno Bruto (PIB) e a
dívida pública tornar-se-ia insustentável".
De
forma a evitar esta situação insuportável, é necessário criar mecanismos de
combate ao envelhecimento da população, tais como incentivo à natalidade, apoio
às famílias, benefícios para casais com mais filhos e incentivos socais.
Ana Carolina Ferreira
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
Sem comentários:
Enviar um comentário