Alguns meses após a
tragédia de Pedrógão Grande, um novo desastre abateu-se sobre Portugal. Dia 15
de Outubro de 2017 vai ser lembrado como o dia record: 500 fogos que vitimaram 42 pessoas, totalizando assim mais
de uma centena de vítimas mortais no maior e mais desastroso verão dos últimos
anos que o nosso país se lembra de ter vivido.
Portugal teve mais
área ardida que a restante Europa, isso resulta não só de incapacidades na
resposta, mas também da criminalidade e interesses obscuros que devem ser
gravemente punidos sem qualquer piedade. Isso não pode passar impune! Castigos
duros e exemplares devem ser aplicados, para se evitarem as mãos que propagam a
morte de pessoas, de animais e de bens que contribuem para o nosso crescimento
económico.
Com um discurso
demolidor, Marcelo Rebelo de Sousa falou ao país sobre a mais recente tragédia
causada pelos incêndios, que ocorreu três dias após a divulgação do relatório
de Pedrógão Grande. Ao citar as mais de cem pessoas mortas em menos de quatro
meses em fogos florestais, mostrou diferença face ao discurso frio que António
Costa tinha feito no dia anterior, onde lhe faltou emoção para com as famílias
e a comunidade que sentiram na pele as consequências drásticas destas
tragédias. Marcelo mostrou um lado impiedoso na reprimenda pública ao atual
Governo, o qual, nesta legislatura, já apoiou por várias vezes. No discurso que
fez, fez questão de exibir um poder impiedoso, sustentado pela grande
popularidade que os portugueses lhe concedem, onde assinalou que a culpa não
podia morrer solteira e alguém teria de ser responsabilizado pelas tragédias
deste verão que tanto custou a passar.
A
atual ex-ministra da administração interna, Constança Urbana de Sousa, que a
meu ver não tinha condições ou credibilidade para continuar no cargo que
ocupava, pela falta de confiança que demonstrava sempre que falava à população,
estava a prejudicar a imagem de um Executivo que a generalidade dos portugueses
tem apreciado. A crise reputacional atingiu um Governo que tem mostrado bons resultados, mas, de facto, não se
compreende que não tenha sido possível, ao fim destes meses todos, aproveitar
esta oportunidade para dizer o que ia ser feito, o que me leva a pensar que
nada ia ser feito. Basta ver-se a proposta de Orçamento do Estado. Prevê alguma
coisa para mudar tudo? Não, aliás, basta vermos quantas vezes a palavra “incêndio” surge num documento de 276
páginas.
No
entanto, nem tudo são más notícias para António Costa. O anúncio feito pelo
comissário europeu dos Assuntos Económicos e Financeiros, no Parlamento Europeu,
afirma que as despesas que Portugal tiver com os incêndios não serão tidas em
conta quando a Comissão Europeia avaliar o cumprimento das metas do défice
Apesar de ser o
momento mais difícil que enfrenta, resta ao nosso Primeiro-Ministro, um
político astuto, recuperar a solidez da sua liderança.
Carla Susana
Peixoto Teixeira
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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