Em 2017, mais de 800
empresas localizadas na Catalunha alteraram a sua sede para fora da região,
devido ao referendo sobre a independência. Com estas deslocações, os pagamentos
de impostos sobre o lucro das empresas deixam de permanecer na Cataluna, decompondo
o elevado estilo de vida da região.
Uma das principais
fabricantes de automóveis em Espanha, a Seat (atualmente do grupo Volkswagen),
iniciou a sua actividade em 1950, em Martorell, Barcelona, e neste momento ameaça
retirar a sua sede social da região. A principal razão desta retirada é o contexto
atual da Catalunha de, caso a independência ocorra, esta não ser aceite na
União Europeia (UE). Atualmente, a empresa conta com mais de 14.500 funcionários,
valor que pode chegar aos 100.000 funcionários diretos e indiretos.
A Seat é, assim, uma
“peça” atualmente fundamental da economia da Catalunha, exibindo em 2016 ganhos
na ordem dos 232 milhões de euros.
Nos últimos dias,
segundo o Presidente do Comité da Seat, Matías Carnero, a empresa tem sido
pressionada para alterar a sua sede. O próprio afirma que “tanto o Rei como
Mariano Rajoy conhecem os conselheiros da Seat” e acrescenta que os postos de
trabalho só estão em risco caso exista uma saída da Catalunha da UE, pois com
esta alteração os impostos da empresa deixam de ser aplicados na Catalunha e passam
para Madrid.
Apesar do esforço do
Governo de Puigdemont, Governante da Catalunha, e até da própria agência
tributária catalã para reter a empresa na região, tudo parece contrariar este
esforço já que o Grupo Volkswagen, com sede na Alemanha, consentiu a alteração
da sede da Seat.
A Seat e a Volkswagen,
presentemente, têm intensificado as suas comunicações no sentido de aplicar o
plano de mudança da sede social em caso de necessidade.
Em suma, se ocorrer a afirmação
deste cenário, a Seat irá juntar-se a diversas empresas que já retiraram a sua
sede da Catalunha, como firmas cotadas no IBEX 35, bancos, seguradoras,
empresas na área da saúde, entre outras.
Sérgio
André de Oliveira Marques
http://observador.pt/2017/10/20/seat-prepara-se-para-sair-da-catalunha-e-a-volkswagen-deixa/
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
Sem comentários:
Enviar um comentário