Nos
dias de hoje, devido à globalização, acabamos por consumir produtos que vêm dos
quatro cantos do mundo, sem apercebermo-nos realmente disso. As exportações são
assim responsáveis por colocarem os produtos de origem de um país em outros
locais. Desta forma, podemos afirmar que a atividade exportadora tem um papel
fulcral para o desenvolvimento da economia de qualquer país.
No caso específico de Portugal, as
exportações têm aumentado de uma forma decrescente, no entanto apresentam um
peso cada vez mais importante no PIB. Na sequência da recessão económica de
2008, que se alastrou por todo mundo, as exportações portuguesas sofreram uma
diminuição de, aproximadamente, 15,4%, em 2009. No entanto, Portugal assistiu a
um acréscimo da atividade exportadora, que resultou, em 2012, num saldo
positivo da balança comercial. Esta era a primeira vez que Portugal registava
um excedente comercial desde 1995. No entanto, a partir de 2013, o crescimento
das exportações tem sofrido um abrandamento, isto é, as variações, apesar de
positivas, têm decrescido. Em 2017, Portugal já conseguiu exportar mais 17,1%
do que no primeiro trimestre do ano passado, esperando-se, assim, resultados
otimistas para este ano.
Antes de mais, é importante salientar
que Portugal exporta uma grande variedade de bens e serviços. As peças de
automóveis, os materiais têxteis, a cortiça, o calçado e a pasta de papel são
dos produtos mais exportados pelo nosso país. Aliás, Portugal é o líder mundial
no que toca às exportações de cortiça e de fibras sintéticas e artificias.
Neste
contexto, o destino da maioria das exportações portuguesas continua a ser a
União Europeia, mais especificamente os países da Zona Euro. Desta forma, os
maiores parceiros da economia portuguesa são, respetivamente, a Espanha, a
França e a Alemanha, que, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE),
representam juntos cerca de 80% das exportações de Portugal dentro da União
Europeia. Porém, as trocas comerciais com o mercado externo tiveram um
acréscimo muito forte nos últimos anos. Segundo o ECO, no primeiro trimestre
deste ano, o mercado externo cresceu cerca de 27%, tendo em conta o período
homólogo, tendo como principais destinos EUA, Angola e Moçambique.
Ainda
assim, as exportações portuguesas enfrentam muitos obstáculos que não as
possibilitam crescer mais. Um dos principais problemas surge da cultura e na
mentalidade das empresas. As empresas portuguesas, sobretudo as PME (pequenas e
médias empresas), vivem muito agarradas ao passado e muito afastadas da atual
realidade que as rodeia. Assim, há ainda uma forma muito rígida e fechada de
fazer negócios, ou seja, não há uma gestão direcionada para as exportações.
Nestas empresas, surge também um outro problema: o marketing. A qualidade dos
produtos portugueses não é questionável, no entanto as empresas não sabem
promover os seus produtos a nível internacional, ou seja, há um problema na
forma como se vende.
Deste
modo, é necessário que haja um investimento na formação dos gestores e dos
colaboradores de forma a aumentar a experiência internacional destes cargos.
Além disso, é necessário aumentar a competitividade e aumentar o esforço para o
crescimento.
Ângelo Morgado
Referências:
http://www.pordata.pt/Portugal/Balan%C3%A7a+comercial-2594[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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