Na sociedade atual, que é cada vez mais globalizada e com países
dependentes uns dos outros, ainda é comum existirem territórios querendo criar
suas próprias fronteiras e tornar-se independentes. Isso ocorre por diversos
fatores, podendo ser culturais, religiosos, políticos, entre outros.
Ao longo da história, países como Brasil, Portugal e Espanha
sofreram ou vêm sofrendo com esse tipo de movimento, como é o caso da
Catalunha. Esse dilema já se desdobra por muitos anos e é marcado por muita
pressão popular, repressão governamental e violência, principalmente
atualmente.
A Catalunha é uma comunidade autônoma, que possui idioma próprio e
administra diretamente a saúde e a educação de seu povo, mesmo tendo de
respeitar a Constituição Espanhola. Por esses e outros fatores, assim como a
crise econômica, é cada vez mais recorrente seu desejo de ser livre e
independente.
O ato de se separar acarretaria vários efeitos, tanto para a
Espanha quanto para a Catalunha, uma vez que essa região detém um quinto do PIB
e atraí 22,5% de todo o turismo espanhol. Além disso, é responsável por cerca
de 25% do comércio internacional da Espanha, fazendo com que o país lute
diariamente para manter sua composição atual. Por outro lado, essa pequena
faixa de terra, com pouco mais de 32 mil Km², detém uma dívida pública que
representa 35,2% do seu PIB, apesar de dizerem que é devido à má distribuição
de recursos por parte do governo da Espanha.
O Ministério de Economia afirma que, de entre outras consequências, a secessão reduziria o PIB entre 25% e 30%, e um estudo realizado em 2014 pelo
Ministério de Assuntos Exteriores e Cooperação, prevê que o impacto negativo para
Catalunha seria de quase 19% do seu PIB.
Os Catalães preveem uma nação muito mais rica e
promissora se tornando independente e já consideram ter entrada automática na
União Europeia, ou como estão a propagar, nem sairiam. Porém, como estabelece o
artigo 49 do Tratado da União Europeia, se a Catalunha se tornar um Estado
independente, e queira aderir à UE, a mesma necessitaria, ao apresentar sua
candidatura, da aprovação dos 28 países membros (incluindo a Espanha), o que
poderia tornar esse processo bastante dificultoso e conflituoso.
A Catalunha deve ser nação, visto que tem língua
própria, cultura e identidade coletiva, porém ser nação não implica ser Estado
Independente. No mundo há cerca de 200 países e um número muito superior de
nações, e o grupo de nações que compõem a Espanha não pode se auto afirmar
independente, uma vez que a soberania reside no conjunto do povo espanhol.
A sede pela independência é grande e acompanhada por uma esperança de
melhora, riqueza e prosperidade, no entanto os desafios de ser independente são
inúmeros e não são fáceis. E como já indicado, esse povo enfrentará longos e
árduos caminhos se, de fato, o sonho se realizar.
Dimas
dos Santos Barranco
Referências:
http://www.exteriores.gob.es/Portal/es/SalaDePrensa/ElMinisterioInforma/Documents/Consecuencias%20econ%C3%B3micas%20de%20una%20hipot%C3%A9tica%20independencia%20de%20Catalu%C3%B1a.pdf
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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