Desde 2009, data em que
foi criada a ´bitcoine`, os números não param de crescer. Multiplicam-se as
rivais desta criptomoeda. Existem entre 2,9 milhões e 5,8 milhões de utilizadores
de moedas digitais. O valor de mercado das criptomoedas passou rapidamente de
zero a quase 150 milhões de dólares, entre outros.
Dada a evolução
estratosférica dos preços, há cada vez mais responsáveis que comparam estas
critpomoedas à febre das tulipas na Holanda, no século XVII - “A bitcoin é uma espécie de tulipa. É um
instrumento de especulação mas certamente não moeda” – Vítor Constâncio. Todavia,
a questão mantem-se: qual a justificação para a ascensão da ´bitcoine`? De uma
forma generalizada, podemos afirmar que o facto de não serem controladas por
nenhum governo, existir descentralização, liberdade e controlo da inflação são pontos
determinantes para o referido sucesso.
Vejamos, são moedas
virtuais, não se vêem, não se tocam, não se sentem. São códigos encriptados,
para os quais existem carteiras próprias na web
ou no computador, portanto a sua emissão e transmissão não é controlada por
nenhum banco central ou Governo.
Além do mais, outro
benefício desta falta de controlo governamental é o facto de o governo não poder
impedir transações com ´bitcoines` – somos livres de transferir e receber ´bitcoines`
de qualquer pessoa. Para ilustrar esta situação, temos como exemplo o ataque
informático mundial ocorrido em Maio de 2017. Os hackers que organizaram o gigantesco cibercrime (atingiu 74 países
em 10 horas) exigiram um resgate em ´bitcoins` para devolver os ficheiros
encriptados às empresas lesadas.
Por outro lado, a ´bitcoin`
vem resolver o problema das moedas fiduciárias. Teoricamente, se a economia de
um país entrar em colapso, a ´bitcoin` continuaria sem restrições. Afinal, não
está dependente da confiança de um sistema monetário mas apenas da matemática.
Trata-se de um algoritmo alimentado por uma rede descentralizada. Isto é, a ´bitcoin`
é uma alternativa à queda do sistema financeiro mundial.
Ainda assim, a inflação
da ´bitcoin` está predefinida matematicamente na tecnologia, logo está
controlada, bem como a quantidade de moedas que podem ser produzidas: 21
milhões. Após a emissão destes milhões de moedas permitidas, a economia da ´bitcoin`
passa a ser deflacionária.
Em suma, as criptomoedas
estão a conquistar adeptos e registam valorizações consideráveis,
principalmente pelos quatro motivos supra discutidos. Todavia, à medida que a
popularidade sobe, aumentam também os alertas sobre os perigos desta moeda,
muitas vezes associada a atividades ilícitas presentes em economias
subterrâneas.
José
Miguel F. Fernandes
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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