A
crise económica levou ao agravamento do desemprego e muitos portugueses
recorreram ao lançamento do seu próprio negócio, o que levou a uma onda de
empreendedorismo. Durante esse período, um modelo específico de empresa ganhou
mais força em Portugal, as chamadas start-ups,
empresas emergentes recém-criadas, em fase de desenvolvimento e estudo de
mercado ao qual se destinam. Estas empresas apresentam, por norma, uma natureza
tecnológica e procuram um modelo de negócio inovador.
Portugal
é hoje um país com as condições ideais para a incubação destas empresas
comparativamente com países que são, tradicionalmente, países ligados à
tecnologia e inovação. A Alemanha, por exemplo, “não oferece um ambiente muito
rápido, flexível e barato” ou o Reino Unido não reúne condições propícias por
enfrentar o “problema do Brexit”,
disse o presidente executivo da Start-up
Portugal em declarações à agência Lusa. Os Estados Unidos também perderam
posição relativamente às start-ups
porque “têm muitos problemas, sobretudo um CEO (presidente executivo) terrível”,
acrescenta o responsável referindo-se a Donald Trump.
Portugal
vive sob uma atmosfera de positividade criada, por exemplo, pelo turismo e,
para além disso, está nas rotas do ‘tech’ mundial. Até o maior evento de
tecnologia e inovação, a Web Summit,
irá realizar-se pela segunda vez no país. Contudo, apesar de Portugal contar já
com mais de 2 mil empresas desta índole, existem problemas ao nível do ritmo da
burocracia que poderão vir a ser resolvidos com a tradução dos documentos para
inglês de modo a facilitar o estabelecimento de empresários estrangeiros.
São
vários os esforços que estão a ser feitos para apoiar as start-ups, não só pelo Governo mas também no setor privado, nomeadamente
pelo Instituto Pedro Nunes, que conta com um programa de aceleração de start-ups que realizou este ano a oitava
edição. De entre as 55 empresas nascidas desde do início do programa, cerca de
89% das mesmas conseguiram sobreviver, segundo o Público.
O
programa ‘Ineo Start’ consiste na apresentação da ideia de negócio por um
membro da equipa aos investidores, em apenas 3 minutos, procurando explicar-lhes
as soluções que o seu produto apresenta para corrigir problemas, o porquê de
ser melhor que as já existentes e qual o valor que cria para a potencial marca
compradora. Os candidatos procuram investimentos iniciais entre 50 mil e 750
mil euros, mas essa etapa está longe de ser concebida. “O ‘Ineo Start’ trabalha
na fase da ideia. As pessoas tiveram uma ideia e estão a tentar perceber se o
modelo de negócio tem viabilidade e se há aceitação pelo mercado”, revelou o
diretor de inovação do IPN, Carlos Cerqueira.
Ainda
assim, apesar da atmosfera positiva e propensa à criação destas empresas, é
necessário que o Estado português continue a fomentar esta prática e é
necessário ter em atenção que nem todos os casos são tão bem sucedidos como o
‘Ineo Start’. A possibilidade de fracasso é elevada e acontece em média 9 em
cada 10 start-ups. O desafio para o
Governo de António Costa é contrariar esta tendência.
Joana
Isabel Pereira Amorim
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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