Apesar
de ser apenas uma remota possibilidade, altamente alimentada pela questão
cultural, é importante entender o impacto que a possível separação entre a
Espanha e a Catalunha teria na Europa e, particularmente, na própria Catalunha.
A
Catalunha é uma região com 7,6 milhões de habitantes, que funciona como um dos motores
da economia espanhola, e é líder no turismo, exportações e setor agroalimentar,
entre outros. Não há nenhuma cidade espanhola, nem mesmo Madrid, que tenha
recebido mais turistas em 2016 que Barcelona. Cerca de 18 milhões de
estrangeiros escolheram a Catalunha como destino, representando 25% daqueles
que decidiram visitar Espanha.
O
setor agroalimentar é o setor com maior volume de negócios, e aquele que gera
mais emprego, facto que certamente colabora para que a taxa de desemprego seja
de 13,2%, contra os 17,2% do país. As exportações catalãs representam cerca de
25% das exportações espanholas, sendo de longe a região do país que mais vende
ao estrangeiro. Compete diretamente com a capital pelo estatuto de cidade mais
rica do país, sendo que, em 2016, com 19% do PIB espanhol, ficou mesmo à frente
de Madrid (18,9%).
Mas nem tudo são pontos fortes. O peso da dívida pública é uma das lacunas da Catalunha, representando 35,2% de seu PIB. Dados relativos ao primeiro trimestre de 2017 dão a região como a terceira mais endividada em termos relativos. Em valor absoluto, é mesmo a mais endividada, cerca de 75,4 biliões de euros em empréstimos. Esta questão em nada ajuda os catalães a financiarem-se diretamente nos mercados, ficando dependentes de empréstimos do governo central.
Mas nem tudo são pontos fortes. O peso da dívida pública é uma das lacunas da Catalunha, representando 35,2% de seu PIB. Dados relativos ao primeiro trimestre de 2017 dão a região como a terceira mais endividada em termos relativos. Em valor absoluto, é mesmo a mais endividada, cerca de 75,4 biliões de euros em empréstimos. Esta questão em nada ajuda os catalães a financiarem-se diretamente nos mercados, ficando dependentes de empréstimos do governo central.
Existem
duas perspetivas opostas do que a independência poderia causar: por um lado, o
Ministro da Economia espanhol afirmou que uma Catalunha independente e fora da
União Europeia causava uma queda entre 25% e 30% do PIB da região. Afirmou
também que o desemprego disparava para o dobro (26,4%). Pelo contrário, alguns
Economistas, claramente otimistas, acreditam que o “Novo Estado” se iria manter
na UE e calculam que o PIB se mantivesse estável no curto prazo e pudesse subir
mais tarde cerca de 7%.
Na
minha perspetiva a primeira opção é mais viável, tendo em conta o grave endividamento
catalão, que impediria o financiamento nos mercados, já não sendo o Governo
central uma solução.
Rui
Miguel Santos Coelho
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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