Apesar
da ideia dos carros elétricos parecer algo moderno, os primeiros modelos foram
apresentados em meados dos anos 80. Como tal, durante os séculos XIX e XX,
desenvolveram-se vários tipos de combustível – nomeadamente, a eletricidade, o
vapor e a combustão interna -, sendo que os motores de combustão interna têm
assumido a dianteira relativamente aos automóveis.
Porém,
no passado, contrariamente ao que acontece na atualidade, a poluição não era
considerada um problema social e, assim, a popularização do automóvel fez
disparar os níveis da mesma. Para colmatar as crises petrolíferas, surgiu, na
década de 1970, um investimento potencial na eletricidade, sendo que, nos dias
de hoje, ressurge a mesma ideia: o carro elétrico. As vendas de veículos
cresceram 60% no ano de 2016, e a indústria automóvel apresenta, na atualidade,
um peso de 1,1% do PIB português.
Os
combustíveis fósseis apresentam, à primeira vista, várias vantagens. De entre
elas, destacam-se, em primeiro lugar, o seu reduzido custo; seguidamente, a
facilidade de serem encontrados e produzidos; para além disso, a facilidade de
distribuição; e, por último, a maior autonomia associada aos motores de
combustão interna, que permitiu o aumento da distância das viagens. A poluição
gerada pelos veículos usados mais frequentemente, atualmente, está relacionada
com a saúde pública, sendo uma questão cada vez mais alarmante no que respeita
ao futuro. Por exemplo, estudos da Organização Mundial de Saúde preveem que
esta seja 2,5 vezes superior ao limite estabelecido, em todo o mundo. Consequentemente,
os veículos híbridos, que visam o aproveitamento do movimento para gerar
energia, e os combustíveis alternativos, como é o caso do hidrogénio, estão a
ser explorados para a produção de novos carros elétricos.
A energia do funcionamento é a principal diferença entre os motores
elétricos e de combustão interna, já que os primeiros funcionam a energia
elétrica - indução eletromagnética - que, através da corrente, produz um campo
magnético, fazendo o motor girar, não emitindo gases e sendo alimentado por
bateria, recarregadas constantemente. Por outro lado, os motores de combustão
interna funcionam pela reação entre o combustível, o oxigénio e o calor, que
combinados originam uma “explosão” geradora da energia cinética, emissora de
gases que variam de acordo com o combustível e a qualidade.
No mercado dos dias de hoje, podemos distinguir três
tipos de veículos elétricos: 100% elétricos, híbrido “plug in” e híbrido. Os
totalmente elétricos possuem um motor movido a eletricidade, alimentado por
baterias, cujo recarregamento é feito pela rede elétrica e conta com autonomias
crescentes - Tesla Modelo S. Os híbridos “plug in” funcionam como os
inteiramente elétricos, mas possuem um motor de combustão que carrega as
baterias. A vantagem associada a estes veículos é a movimentação do carro pelo
motor de combustão em caso de esgotamento da bateria, o que permite o aumento
da autonomia - Chevrolet Volt. Os automóveis híbridos não se conectam à rede
elétrica, possuindo dois motores - um elétrico e um de combustão - em que a
velocidades reduzidas funcionam os motores elétricos e a velocidades elevadas
assumem os motores de combustão.
A quantidade de poluição de um veículo elétrico depende
da origem da energia que o alimenta na recarga. Se o recarregamento for feito
por carvão ou petróleo, poluem tanto como um motor convencional, porém se a
recarga for gerada por fontes renováveis, as emissões de gases são muito
reduzidas. Um estudo desenvolvido nos EUA demonstrou que os carros elétricos no
estado de Washington, cuja energia é gerada por gás natural e energia nuclear,
são menos poluentes do que no Illinois, onde a energia é gerada por carvão. No
entanto, uma vantagem dos veículos elétricos é a transferência da poluição dos
grandes centros - o que representa um impacto positivo para os residentes -
para outros locais menos habitados, uma vez que a produção das baterias é muito
poluente. Além disso, presentemente, a eficiência dos motores elétricos é de
cerca de 90%, enquanto a de motores de combustão é de 40%.
Laura
Carvalho
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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