“A
atividade turística fechou o ano passado (2017) a bater recordes, ultrapassando
pela primeira vez a fasquia dos 20 milhões de hóspedes”.
Verificamos
que, nos últimos tempos, Portugal surge como uma das principais atrações
turísticas mundiais, seja pela segurança de que o país é dotado, seja pela
elaborada gastronomia, etc., facto é que o número de visitas ao nosso país se
traduz no dobro da população residente em território nacional.
Em
2017, Portugal contou com um total de 20,6 milhões de hóspedes, o que se traduz
num aumento de 8,9% face a 2016 (INE). Segundo a mesma fonte, as dormidas
também aumentaram num total de 7,4% face a 2016, registando-se 57 493 000.
Contudo, a estadia média diminuiu em 1,4% face a 2016, sendo em 2017 o número
médio de dormidas de 2,79 noites. Estas dormidas aumentaram em todas as regiões
do país, contudo, foi na região autónoma dos Açores e no Centro que este
aumento se fez sentir com maior intensidade, 15,8% e 14,5%, face a 2016,
respetivamente.
Como
resultado do aumento no número de hóspedes, os lucros no ramo hoteleiro
aumentaram, ainda que a um ritmo mais elevado do que o número de hóspedes,
resultado de um aumento do preço da estadia. Assim, estes lucros ascenderam aos
3,9 mil milhões de euros, um aumento de 16,6% face a 2016. Já os proveitos do
aposento aumentaram 18,3%, para um total de 2,4 mil milhões de euros, mais 1%
do que em 2016.
É
ainda de salientar que Portugal registou o quarto maior crescimento europeu no
número de dormidas, apenas superado pela Letónia (12%), Eslovénia (11,3%) e
Croácia (10,6%).
Resultado
deste forte crescimento, as receitas do turismo cresceram duas vezes mais
depressa do que o número de turista a visitar Portugal. Até novembro de 2017, o
número de receitas provenientes do turismo ascendia aos 3,2 mil milhões de
euros, o que fez com que o turismo se tornasse no segundo motor mais potente da
economia portuguesa em 2017. Isto traduz-se num peso na expansão das
exportações, em cerca de 28%, só ultrapassado pelas indústrias metalomecânica,
automóvel e química juntas, que contribuem com 33%, segundo um estudo do ministério
da Economia.
Este
crescimento do turismo fez-se sentir não só no ramo hoteleiro mas também em
todos os outros ramos envolventes e que servem de apoio/suporte à atividade
turística. Assim, verificamos, a título de exemplo, que as empresas de aluguer
de automóveis alcançaram receitas na ordem dos 700 milhões de euros em 2017,
valor que representa um aumento de 45% face a 2016, sendo os britânicos os
principais clientes deste tipo de empresas.
Já
no decorrer deste ano (2018), verificamos que este aumento abrandou, mostrando
sinais de desaceleração, sendo que ainda assim continua a crescer. Apenas se
registou uma quebra no mês de Abril, resultado do efeito de calendário da
Páscoa e da chuva.
Esta
desaceleração também se fez sentir no número de dormidas, e foi transversal a
todo o tipo de estabelecimentos. Seja nos hotéis, onde a desaceleração se
exprimiu numa subida de apenas 3,9%, ou nos hotéis apartamentos, onde as
dormidas estão a diminuir: de um aumento de 8,6% em 2017, verificamos uma
diminuição de 3% em 2018.
No
que às regiões diz respeito, esta diminuição fez-se sentir em todas com maior
ou menor intensidade. Ainda assim, apenas as dormidas no Algarve e na Madeira
diminuíram nos primeiros quatro meses de 2018, sendo que as restantes
continuaram a aumentar, ainda que a ritmos menores.
Assim,
constatámos que este crescimento no turismo é benéfico para a economia a
portuguesa, quer pela alavanca que se torna no crescimento das exportações,
quer pelo emprego que cria, resultando num aumento do PIB via consumo (famílias),
via serviços, sejam no ramo hoteleiro, seja nos outros ramos envolventes.
Luís Filipe Costa Silva
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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