sábado, 27 de outubro de 2018

Tecnologia: bom ou mau?

Atualmente, vivemos num mundo em constante mudança, envolvidos numa bolha tecnológica e quase que se torna obrigatório estarmos “on” permanentemente. É irrefutável o potencial positivo das novas tecnologias nas nossas vidas: temos acesso a um enorme leque de informação numa questão de segundos; comunicamos à distância de um clique; e temos respostas imediatas a qualquer pergunta. A tecnologia é presente e futuro e quanto mais aprendermos a trabalhar com ela mais altas serão as probabilidades de sucesso nas nossas vidas profissionais. Exagerado ou não, a tecnologia é algo que tem de ser intrínseco ao nosso ser; não é algo que nos distinga ou que nos dê pontos extra no mercado de trabalho, é uma exigência básica para um cargo minimamente qualificado. Mas será que não existe um cenário negro acerca deste tema?
Quantas vezes estamos numa mesa cheia de gente e em que não se ouve um “piu”? Quantos desentendimentos criados a partir de conteúdo publicado, mal interpretado?
A tecnologia faz parte das nossas vidas e isso é um facto inegável. No entanto, se, por um lado, a tecnologia altera a forma como as pessoas organizam os seus dias, como trabalham e como fazem novas amizades, por outro, gera dificuldade em diferenciar o que é trabalho e tempo livre e perda de privacidade.
Falando agora de um público diferente, ainda distante do mercado de trabalho, as crianças, é fácil nos darmos conta de como as coisas mudaram desde há uns anos para cá. Qualquer criança sabe perfeitamente utilizar um telemóvel ou um tablet, mas grande parte delas não sabe saltar à corda nem dar uma cambalhota. A essência de brincar tem vindo a desvanecer-se e os filhos do século XXI estão a amadurecer e a explorar o mundo, sozinhos, à luz de um computador.
Na minha opinião, tudo tem de ter um equilíbrio, um meio-termo. Quanto a nós, é importante estabelecermos um período para estarmos conectados e termos disciplina suficiente para cumprirmos metas e tarefas em horários estabelecidos, tudo isto acompanhado de tempos livres associados a desporto, família e amigos, para não perdermos a proximidade entre pessoas e o diálogo. Quanto aos mais novos, acho que o papel das escolas é muito importante. A tecnologia deve ser vista como um complemento ao estudo e à aprendizagem e não como um livro didático. Por outro lado, em casa, o papel dos pais é também fundamental, pois sendo a tecnologia uma realidade, têm de conseguir que não se torne numa “má companhia” para os filhos.


Bárbara Coelho

[artigo de opinião escrito no âmbito da Unidade Curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano (1º ciclo) do curso de Economia da EEG/Universidade do Minho]

Sem comentários: