Atualmente,
vivemos num mundo em constante mudança, envolvidos numa bolha tecnológica e
quase que se torna obrigatório estarmos “on” permanentemente. É irrefutável o
potencial positivo das novas tecnologias nas nossas vidas: temos acesso a um
enorme leque de informação numa questão de segundos; comunicamos à distância de
um clique; e temos respostas imediatas a qualquer pergunta. A tecnologia é presente e futuro e quanto mais aprendermos a trabalhar com
ela mais altas serão as probabilidades de sucesso nas nossas vidas
profissionais. Exagerado ou não, a
tecnologia é algo que tem de ser intrínseco ao nosso ser; não é algo que nos
distinga ou que nos dê pontos extra no mercado de trabalho, é uma exigência
básica para um cargo minimamente qualificado. Mas será que não existe um
cenário negro acerca deste tema?
Quantas
vezes estamos numa mesa cheia de gente e em que não se ouve um “piu”? Quantos
desentendimentos criados a partir de conteúdo publicado, mal interpretado?
A tecnologia faz
parte das nossas vidas e isso é um facto inegável. No entanto, se, por um lado,
a tecnologia altera a forma como as pessoas organizam os seus dias, como
trabalham e como fazem novas amizades, por outro, gera dificuldade em
diferenciar o que é trabalho e tempo livre e perda de privacidade.
Falando
agora de um público diferente, ainda distante do mercado de trabalho, as
crianças, é fácil nos darmos conta de como as coisas mudaram desde há uns anos
para cá. Qualquer criança sabe perfeitamente utilizar um telemóvel ou um tablet, mas grande parte delas não sabe
saltar à corda nem dar uma cambalhota. A essência de brincar tem vindo a desvanecer-se
e os filhos do século XXI estão a amadurecer e a explorar o mundo, sozinhos, à
luz de um computador.
Na minha opinião,
tudo tem de ter um equilíbrio, um meio-termo. Quanto a nós, é importante
estabelecermos um período para estarmos conectados e termos disciplina
suficiente para cumprirmos metas e tarefas em horários estabelecidos, tudo isto
acompanhado de tempos livres associados a desporto, família e amigos, para não
perdermos a proximidade entre pessoas e o diálogo. Quanto aos mais novos, acho
que o papel das escolas é muito importante. A tecnologia deve ser vista como um
complemento ao estudo e à aprendizagem e não como um livro didático. Por outro
lado, em casa, o papel dos pais é também fundamental, pois sendo a tecnologia uma
realidade, têm de conseguir que não se torne numa “má companhia” para os
filhos.
Bárbara Coelho
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