segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Um futuro mais robótico

O mundo do trabalho mudou drasticamente nos últimos anos e tudo isso deveu-se às rápidas e constantes inovações tecnológicas, tornando a economia “digital”.
Segundo comprovam estudos, os impactes causados são três mil vezes mais importantes que os impactes causados pela revolução industrial, iniciada no século XVIII, provando também que os robôs podem vir a eliminar cerca de 5 milhões de postos de trabalho nas principais potências económicas mundiais. Porém, enquanto que postos de trabalho mais “monótonos” serão eliminados, são cada mais necessários mais trabalhadores qualificados que possam operar estes robôs.
Face a isto, podemos colocar certas questões: será que a inovação leva ao aumento da produtividade? Irão existir cada vez maiores desigualdades salariais? Os países menos desenvolvidos poderão acompanhar esta inovação?
A resposta depende do que procuramos com a robotização. Naturalmente que para realizar tarefas mais rotineiras a resposta à primeira pergunta é sim, porém, sempre existirão trabalhos onde é necessária criatividade e a capacidade de gerir pessoas, atividades essas que nunca poderão ser conduzidas por robôs. É necessário que os governos consigam assim prever as áreas chaves para investir de modo a que possam ter algum controlo público nessa matéria, podendo assim reduzir o seu impacte a nível social, como o das desigualdades salariais.
Para acompanhar todo este processo, deverá então existir um novo “contrato social”, isto é, deverá existir uma transição sustentável entre os empregos antigos e os que irão surgir. Isto passa pela educação, mas não só ao nível académico, mas sim uma constante aprendizagem dos novos métodos que surgirão no mercado de trabalho, sendo necessário reformular todos os outros mercados que servem de suporte, como os serviços e os mercados de produção.
Naturalmente, irão surgir obstáculos e pontos negativos. Por exemplo, as prestações sociais associadas ao emprego do indivíduo deverão ser substituídas por um modelo onde estão associados à própria pessoa. Isto porque cada pessoa, devido ao grande auxílio das máquinas, poderá ter mais do que um trabalho, o que iria desequilibrar o sistema atual. Como falado anteriormente, a formação ao longo da vida será necessária de modo a manter a estabilidade do mercado de trabalho pois a inovação ocorre, e cada vez mais manterá esta tendência, de forma exponencial, pelo que o método utilizado hoje pode ser rudimentar amanhã.
Assim, percebemos que inovações tecnológicas, como a robotização, têm tudo para potencializar o crescimento e a produtividade económica, mas apenas se interligados de uma forma correta e sustentada nos mercados atuais. Por outro lado, cada vez mais, os seres humanos devem ser mais criativos de modo a conseguir acompanhar este desenvolvimento.

Henrique Carvalho

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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