quarta-feira, 9 de novembro de 2016

A realidade americana em vésperas de eleições

As presidenciais americanas têm sido um tema abordado um pouco por todo mundo e nós, Portugueses, também não passamos ao lado do impacto e da importância que este acontecimento representa a nível global, sendo os Estados Unidos da América uma das principais potências mundiais.
Para já, as sondagens mostram uma luta renhida entre dois candidatos que até em género são diferentes. Falamos de Hillary Clinton, esposa do ex-presidente Bill Clinton, que pode fazer história ao tornar-se a primeira mulher a ser presidente dos Estados Unidos da América, e de Donald Trump, um empresário e investidor com um pensamento no mínimo revolucionário.
Trump ficou conhecido por ter um pensamento extremista e acima de tudo racista. Uma das suas propostas inclui construir um muro gigante, à semelhança da grande muralha da China, na fronteira entre os Estados Unidos da América e o México, alegando que os mexicanos “só trazem drogas e crime” e que são “violadores”. Outra das medidas radicais de Trump que ajudam a construir a sua imagem racista e xenófoba é a vontade deste de expulsar cerca de 11 milhões de imigrantes ilegais do território nacional, uma operação que pode custar até 114 mil milhões de dólares americanos. Trump chegou também a afirmar que “o mundo seria melhor se Saddam e Khadafi estivessem no poder” e que o fenómeno do aquecimento global se trata “apenas do tempo” e que as empresas não devem trabalhar para reduzir as emissões de gases poluentes para a atmosfera pois “ficam menos produtivas”.
Clinton, apoiada por Obama, defende um pouco os ideais do atual presidente. Uma política com vista à igualdade de direitos dos cidadãos americanos e acima de tudo um desenvolvimento sustentável da economia. Contudo, Clinton é suspeita numa investigação conduzida pelo FBI por alegações de que informação confidencial foi guardada de forma imprópria ou transmitida num endereço de e-mail pessoal que esta usava durante o seu serviço como Secretária de Estado dos Estados Unidos da América.
As sondagens têm mostrado uma luta bastante igual entre os dois. Clinton é logicamente mais apoiada por não-caucasianos, enquanto que com Trump acontece o contrário.
 Seria de pensar que fosse uma luta mais desigual, dado que um dos candidatos tem uma postura política quase ao nível fascista, mas a verdade é que não é. Esta corrida à presidência está “ela por ela”, o que mostra uma divisão de ideais entre a população dos Estados Unidos da América. Quase metade da população segue um indivíduo que afirma que o aquecimento global é um mito, que quer expulsar 11 milhões de pessoas do seu país por não serem filhos de cidadãos americanos.
Na minha opinião, uma potência da dimensão dos Estados Unidos da América não pode ser liderada por um presidente que promova a xenofobia e a desigualdade de direitos. Penso que os EUA têm bastante a perder caso Trump vença as eleições: as relações com o exterior como as conhecemos vão mudar, o que poderá levar a impactos diretos nas economias internacionais.

João Guimarães Alves Passos

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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