sexta-feira, 4 de novembro de 2016

STARTUPS - um investimento inteligente

O termo startup, para designar empresas recém-criadas e rentáveis, começou a ser popularizado nos anos 1990, quando houve a primeira grande "bolha da internet". Muitos empreendedores com ideias inovadoras e promissoras, principalmente associadas à tecnologia, encontraram financiamento para os seus projetos, que se mostraram extremamente lucrativos e sustentáveis.
Naquele período, grande parte da explosão de empresas startup surgiu nos Estados Unidos, de onde saíram empresas como Google, Apple Inc., Facebook, Yahoo!, Microsoft, entre outras.
Todas essas empresas são exemplos de startup que hoje estão fortemente solidificadas e são líderes nos seus setores de atuação no mercado.
Contudo, os empreendedores devem ter em mente que a fase inicial de uma startup é sempre marcada por um cenário de incertezas. Algumas ideias aparentemente rentáveis podem-se revelar inaplicáveis.
Em Portugal, as pequenas empresas cobrem 98% do tecido empresarial e criam 61% do emprego. E as startups  constituem 6,5% deste universo, criando, sozinhas, cerca de 18% do emprego gerado em cada ano. Em média, constituem-se 30481 empresas por ano, mas apenas 22 mil (74%) iniciam efectivamente a sua atividade. Significa isto que mais de 20% das empresas constituídas em cada ano nunca chega a arrancar. As startups envolvem em média 46 mil pessoas e 2600 empresas por ano.
As startups, apesar do risco, têm portanto um impacto relevante na criação de postos de trabalho através da valorização e capacitação do empreendedorismo.
Apoiar o empreendedorismo e criar condições favoráveis ao desenvolvimento sustentável das startups em território nacional são prioridades estabelecidas pelo Governo.
Mas não basta apoiar o empreendedorismo e a inovação. É preciso criar condições para que os projetos cresçam. É necessário que as startups cresçam e se transformem em empresas internacionalmente competitivas.
Foi criado um programa que parece um bom incentivo para começar uma startup:  “Startup Portugal”. A estratégia do Governo definida para o empreendedorismo português conta com benefícios fiscais, envolvendo áreas como o financiamento (como fundos de capital de risco e o Programa Semente), a aceleração de startups (como a rede nacional de incubadoras e a Rede Nacional de Fab Labs) , o apoio aos empreendedores (como o programa “Momentum” e Vales de incubação e aceleração), a promoção e a regulação do ecossistema (como a Promoção da presença de startups nacionais em eventos tecnológicos internacionais).
O Startup Portugal permite não só aplicar a estratégia de inovação do Governo, mas também irá permitir a criação de valor, o conhecimento, a valorização do talento das pessoas e sobretudo a atração de talento para Portugal.
Quando comparamos com a Europa, Portugal é o terceiro país europeu que mais acelera startups, porém não investe muito no setor.
O ministro da economia acredita que o “crescimento económico depende, cada vez mais, destas empresas, não das startups que ficam pequenas a vida toda, mas sim daquelas que, pela sua ousadia, se fazem grandes”. “Acreditamos no potencial de criação de valor, é isso que estamos a fazer através da criação de incentivos de necessidade e procura de inovação”.
Caldeira Cabral pediu o “empenho de todos” e a mobilização dos industriais portugueses para continuarem a fazer o que têm feito nos últimos anos e, “em vez de desconfiar da inovação”, abraçarem e avançarem “para conseguirem com isso serem mais produtivos, criarem mais valor e serem mais competitivos”.
É, então, um desafio às empresas portuguesas e a todos que tenham ideias inovadoras, deixarem a dúvida de lado, investirem, investigarem e explorarem ideias neste país com potencialidades para começar um negócio, porque apoiar as startups de hoje é investir no Portugal do futuro.

Maria Raquel Oliveira Ribeiro

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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