quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Emigração em Portugal

Portugal é um país onde a emigração teve várias variações ao longo da sua história, registando-se períodos em que Portugal era um país recetor, ou seja, os níveis de imigração eram superiores aos de emigração, e periodos em que as pessoas procuravam sair do país para procurar melhorar as suas vidas no estrangeiro.
Desta maneira, a alta emigração conjugada com uma baixa imigração faz com que Portugal seja cada vez mais um país de “repulsão”. Portugal, em 2015, teve um número de saídas de cidadãos nacionais para o estrangeiro de cerca de 101 mil, números bastante elevados comparativamente aos dos primeiros anos do século XXI, onde número de emigrantes rondava valores entre os 21 mil e os 27 mil. Dentro destes valores, em 2015, a maioria continua a ser emigração temporária, cerca de 60.826, enquanto a emigração permanente regista valores de 40.377.
Em 2014, cerca de 30 mil portugueses emigraram para o Reino Unido, sendo este o principal destino dos emigrantes nacionais. Segundo os últimos dados, a comunidade portuguesa no Reino Unido já ultrapassa as 107 mil pessoas, sendo que cerca de metade destes emigrantes vive na zona de Londres. São números preocupantes, visto que a maioria destes emigrantes são qualificados, formados em Portugal e não podem dar o seu contributo para o desenvolvimento do país: por exemplo, dos 3500 enfermeiros formados em Portugal, em 2013, cerca de um terço deles emigrou para o Reino Unido.
A emigração em Portugal tem-se acentuado fortemente, principalmente entre os jovens recém-licenciados. Em Portugal, em 2015, cerca de 26,5%, dos jovens com idade inferior a 25 anos estão desempregados, ou seja, face a estes números, muitos jovens procuram emprego no estrangeiro, onde conseguem, muitas vezes, melhores condições de trabalho e onde são mais bem remunerados comparativamente com o nosso país.
A emigração trás várias consequências para a economia de um país, como por exemplo o envelhecimento da população, que causa uma diminuição da população ativa, ou seja, menos pessoas ativas contribuem com impostos para o crescente número de pessoas em situação de reforma, o que causa uma desestabilização do sistema social. No entanto, existem vantagens com a emigração: eventualmente, vai haver mais oportunidades para as pessoas que permanecem no país, o que vai originar uma descida da taxa de desemprego, o que leva a uma melhoria do nível de vida, resultante de uma subida dos salários.
Apesar da descida da emigração em 2016, compartivamente com 2015, o saldo migratório continua negativo pelo quinto ano consecutivo, o que significa que Portugal nos dias de hoje não é um país que as pessoas procuram para trabalhar.
Na minha opinião, o Governo devia criar condições de trabalho e implementar novas oportunidades para que as pessoas, principalmente jovens licenciados, não sintam necessidade de se realizar profissionalmente no estrangeiro. Além disso, tal irá possibilitar que estes jovens qualificados contibuam para o desenvolvimento da economia do país no qual foram formados, através dos seus conhecimentos e, numa perspetiva mais tributária, através de impostos.

Nuno Afonso Cruz Loureiro

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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