sábado, 12 de novembro de 2016

Energias Renováveis e o seu impulso na Economia Europeia e Portuguesa

Vários estudos sobre o impacto da utilização das energias renováveis demonstram que o aumento dos investimentos nessas fontes alternativas tem um efeito positivo sobre a economia e possibilita criar novos empregos.
Investigadores utilizam, nos seus estudos, vários modelos económicos para descobrir como a implementação de políticas de uso de fontes renováveis de energia afetam a economia atual, bem como impactos que terão no futuro e que tiveram no passado.
As Energias Renováveis desempenham um papel importantíssimo no desenvolvimento sustentado dos países, promovendo a exploração dos recursos naturais (renováveis) existentes nas economias para a produção de energia elétrica, de biocombustíveis e energia térmica (calor). Algumas das vantagens das energias renováveis são: podem ser consideradas inesgotáveis à escala humana comparando-as com os combustíveis fósseis; o seu impacto ambiental é menor do que o provocado pelas fontes de energia com origem nos combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás) uma vez que não produzem dióxido de carbono ou outros gases com “efeito de estufa”; permitem a criação de novos postos de emprego (investimentos em zonas desfavorecidas); conferem autonomia energética aos países uma vez que a sua utilização não depende da importação de combustíveis fósseis. Contudo, haverá também algumas desvantagens, como por exemplo: custos elevados de investimento e infraestruturas apropriadas e impactos visuais negativos no meio ambiente.
Foi delineada uma meta para a Europa que consiste no uso de 20% de fontes renováveis de energia em 2020. Estudos descobriram que o setor de energias renováveis não conseguirá atingir a meta de 2020 e projetam que apenas chegarão a 14% em 2020 e 17% em 2030.
Em termos de geração de emprego, os pesquisadores projetam um ganho entre 115.000 e 201.000 novos postos de trabalho em 2020 e entre 188.000 e 300.000 empregos em 2030, isto num cenário moderado. Já num cenário de fortes investimentos, os ganhos giram entre 396.000 e 417.000 empregos em 2020 e entre 459.000 e 545.000 novos empregos em 2030.
Focando a atenção em Portugal, sabe-se que em Novembro de 2008, a potência instalada de energias renováveis para a produção de energia elétrica ascendia a 8084 MW, 59,5% correspondente à potência instalada em energia hídrica, seguindo-se a energia eólica com uma quota de 34,3%. A potência total instalada registou uma taxa de crescimento médio anual de 6,9% entre 2000 e Novembro de 2008. O mais relevante foi o crescimento das explorações de energia eólica, que registaram uma taxa de crescimento médio anual de 57,5%.
No final de 2008, o Parlamento Europeu aprovou um novo pacote para a energia e clima. Os novos objetivos estabelecem que a União Europeia, até 2020, reduza em 20% as emissões de gases com efeito de estufa; diminua para 20% as emissões de gases com efeito de estufa; aumente para 20% a quota-parte das energias renováveis no consumo de energia; aumente para 20% a eficiência energética e que aumente para 10% a incorporação de energias renováveis nos combustíveis utilizados nos transportes.
Relativamente à produção de eletricidade através de fontes de energias renováveis, Portugal apresenta já uma incorporação de cerca 43,3%, o que face aos objetivos representa a 3ª maior incorporação dos países da UE e estima-se que até 2020 estes valores subam para os 60%.
Em suma, Portugal deve perseguir a busca de um futuro sustentável e continuar a aplicar medidas nesse sentido, como ocorreu na Irlanda, que foi o primeiro país a taxar os sacos de plástico e, entre 2003 e 2010, e à custa disso, o Estado conseguiu arrecadar 120 milhões de euros e reduzir significativamente a dependência do país em relação ao plástico.
Por mais pequenas que sejam as decisões, tudo que tenha a ver com energias verdes potencia um melhor futuro para os cidadãos portugueses. Por isso, o Estado deve implementar formas alternativas e mais saudáveis de um cidadão viver a sua vida e das empresas desenvolverem a sua atividade.

Rui Miguel Almeida Moreira

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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