sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Vantagens e Desvantagens da Saída do Euro

O  cenário que vou abordar é o da saída de Portugal da Zona Euro e desvalorizar a nova moeda.
As vantagens da saída de Portugal, com a desvalorização da nova moeda, são as seguintes: nos mercados internacionais, o preço dos produtos portugueses ficaria mais baixo, assim sendo a venda de produtos nacionais nos mercados externos aumentaria, aumentando as exportações, que é um dos principais motores da economia nacional; uma moeda internacionalmente mais fraca incentivaria o turismo, aumentando não só o sector do turismo como o da restauração e afins, afectando a nossa balança comercial positivamente; o aumento do volume de exportações significaria que o volume de vendas nacional aumentaria na mesma proporção; a balança comercial tende a equilibrar e aumenta o PIB Nacional e a riqueza.
Acresce que o Estado aumentaria a sua receita fiscal, logo o défice das contas públicas tenderia a baixar, não precisando de ajudas externas, como financiamentos da Troika, não tendo assim de pagar, além dos financiamentos, os juros altíssimos que eles acarretam; com  o maior alívio da  carga fiscal sobre os cidadãos, estes dispõem de um maior rendimento para o consumo interno, e, como consequência, de um maior poder de compra.
 Em contrapartida, neste cenário, espera-se que haja um aumento da taxa de inflação, sobretudo no início da alteração. No entanto, na totalidade da economia nacional, atendendo ao aumento da produtividade das empresas, espera-se que exista uma redução na taxa de desemprego. Ocorrem, também, benefícios para a Banca, passando esta a dispor de um aumento dos depósitos de clientes, bem como uma menor necessidade de financiamento externo. Com este aumento de produtividade, é necessário um aumento da mão-de-obra, o que significa que vai haver mais contribuintes para a segurança social e menos pessoas a necessitar de subsídios de desemprego, tornando a Segurança Social mais forte.
Por outro lado, as desvantagens da saída de Portugal da Zona Euro são: o pagamento de taxas cambiais nas trocas comerciais com a Zona Euro; o aumento da taxa de inflação, pelo menos numa fase inicial, como disse anteriormente, maioritariamente devido à inevitável importação de petróleo, gás natural, eletricidade, automóveis, tecnologias, etc.; a desvalorização do valor real dos salários e a perda de poder de compra por efeito da desvalorização da moeda; a desvalorização do valor dos depósitos bancários, também consequente da desvalorização da nova moeda face ao Euro; corrida aos bancos para levantar depósitos em Euros; o agravamento da dívida a pagar à Troika e outros países credores de Portugal, uma vez que a desvalorização da nova moeda nacional faria aumentar o valor da dívida portuguesa perante os credores internacionais; aumento da taxa de juro por causa do aumento da dívida a pagar pela Banca.
Há ainda um cenário possível mas altamente improvável que é o de Portugal sair da Zona Euro e valorizar a nova moeda. Mas não vou abordar este cenário na medida em que é bastante improvável.
Após a análise dos prós e dos contras da saída de Portugal da Zona Euro, a minha opinião é que Portugal deve continuar na Zona Euro, pois os riscos da saída são bastante grandes no que toca ao crescimento da economia portuguesa. Outros factores que me levam a concluir que Portugal deve permanecer na Zona Euro são o facto das dívidas externas se tornarem maiores devido à desvalorização da moeda nacional e também o aumento da taxa de inflação, que não sei se seria sustentável mesmo com o crescimento que traria a necessidade de aumento da produtividade e consequente mão-de-obra das empresas portuguesas.

Pedro Pereira

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

1 comentário:

Anónimo disse...

Bonito artigo