segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Turismo nas exportações portuguesas


      O turismo sempre teve um grande peso na economia portuguesa quando comparamos com o seu impacto na economia de outros países, e o peso deste setor continua a crescer, estando muito próximo dos 50% do total de exportações de serviços em Portugal. Com paisagens e zonas tão únicas como as Portuguesas, é normal que o turismo tenha tanto impacto na nossa economia.
Segundo o Banco Portugal, as receitas do turismo cresceram 10%, com o setor a manter a tendência de subida, alargando o peso no PIB para 6,38. No total, o turismo vale 10.598 milhões de euros, que corresponde a 47% das exportações de serviços. Na minha opinião, tudo isto confirma a relevância deste setor na balança comercial portuguesa, mantendo-a positiva visto que os bens sozinhos têm um saldo negativo.
Os gastos dos turistas ultrapassaram pela primeira vez os cinco mil milhões, com as férias de estrangeiros em Portugal a representar 14% das exportações de bens e serviços e 43,6% das vendas de serviços ao exterior nesses seis meses. O crescimento de receitas que se tem registado no sector é superior ao crescimento do número de hóspedes que escolhem o destino Portugal.
“As taxas de ocupação continuam a crescer - em novembro cresceram 13% - o que dá saúde à continuação das empresas e ao seu esforço de investirem e qualificarem a sua oferta” diz Cotrim Figueiredo, presidente do Turismo de Portugal. “De nada nos adianta acertar em cheio no público que queremos atingir, e de nada adianta convencer as pessoas a visitar Portugal, a conhecer as nossas cidades, património e gastronomia, se, cá chegadas, saírem desiludidas, e partilharem más experiências. A promoção é importante. Ter bons produtos para promover ainda mais. E, nisso, Portugal tem muitos e bons argumentos”.
Olhando para a balança de viagens e turismo em percentagem do PIB fornecida pelo INE, podemos constatar que as exportações estão sempre bastante acima das importações, sendo que em 2015 as exportações representavam 6,3% do PIB enquanto que as importações representam 2%, resultando num saldo de 4,3%. Quando olhamos para 1996, apesar das exportações estarem bastante acima das importações, o saldo era muito próximo das importações o que, no meu ponto de vista, nos dá uma visão da evolução deste setor em Portugal.
Nos primeiros seis meses de 2016, os hóspedes estrangeiros gastaram aqui 5007,7 milhões, mais 9,2% do que no mesmo período do ano passado. Dos países da União Europeia, os britânicos são os turistas que mais vêm para Portugal e que mais dinheiro gastam cá. Os franceses também estão a gastar cada vez mais dinheiro, mas são os espanhóis em que se vê o maior aumento, sendo que, segundo o Banco de Portugal, foram gastos 662,5 milhões de euros, que representam uma subida de 19,6%.
Já nas dormidas, o Reino Unido continua a ser o que apresenta os maiores números da Europa, com 882,2 mil hóspedes até final de junho. Os espanhóis são os terceiros em gastos, mas os segundos em dormidas, com um aumento de 14,5% face ao primeiro semestre de 2015. Entre os franceses verifica-se a maior subida no número de turistas, com 18%. Entre os cinco primeiros, apenas os brasileiros reduziram a presença em Portugal.
Após tudo o que acima foi dito, penso que o Portugal dispõe de especificidades únicas que permitem o crescimento e desenvolvimento do sector do turismo: o clima favorável, a imagem de destino seguro e destinos turísticos bem definidos e implementados. A dinamização e diversificação da oferta já existente, bem como a introdução de novos segmentos no setor são oportunidades que se devem aproveitar para que o país possa continuar o seu crescimento e desenvolvimento, gerando mais-valias económicas a nível do PIB e do emprego.

Ana Filipa Lopes Marinho

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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