Que as alterações climáticas resultam de causas naturais mas principalmente de causas humanas e que o clima está realmente a mudar não passa despercebido a ninguém. Contudo parece haver um esquecimento em actuar e, portanto, nunca é demais relembrar.
O inconsequente comportamento humano visando apenas crescimento económico e bem-estar a curto prazo pode traduzir-se em alterações climáticas irreversíveis que, inevitavelmente, trazem graves problemas a longo prazo. As economias poderão mesmo entrar em crise com os elevados custos de adaptação a um clima diferente já que os fenómenos meteorológicos extremos, com avultados prejuízos materiais e económicos, serão mais comuns. A melhor solução a adoptar será mesmo a prevenção pois “mais vale prevenir que remediar”.
A preocupação da União Europeia com as mudanças climáticas não é de agora, há muito que adopta medidas para as combater. Uma política energética que vise o aprovisionamento energético competitivo, sustentável e seguro, articulado com boas práticas ambientais que estabeleçam limites para as emissões das fábricas e dos veículos automóveis e incentive a poupança de energia é sem dúvida uma boa medida a adoptar.
Cerca de 80% da energia que a UE consome provem de combustíveis fósseis, principais emissores de CO2 que provocam o aquecimento global: a principal causa das alterações climáticas, logo é a este nível que se deve actuar. Não obstante, como estes combustíveis são um recurso finito, reduzir a sua utilização contribui também para melhorar o aprovisionamento energético.
Por outro lado, a exaustão dos recursos fósseis próprios da UE tem-se processado a um ritmo superior ao do mundo no seu conjunto. Neste contexto, a UE está cada vez mais dependente das importações e consequentemente mais vulnerável a choques de preços e de aprovisionamento, sendo que em 2005, o nível global de dependência das importações de energia na UE era de 52,3%. Exemplos de acções eficazes para diminuir esta crescente dependência são: diversificar as fontes de energia, nomeadamente através da promoção das energias renováveis ou simplesmente poupar energia através do consumo.
Quanto às energias renováveis deve ser desenvolvida e promovida a sua utilização, muito proveitosa na medida em que substitui o consumo de combustíveis fósseis, diversifica a utilização de fontes de energia (energia eólica, biomassa), contribui para a segurança do aprovisionamento energético e ainda para o desenvolvimento de novas indústrias e tecnologias.
A maneira mais simples, ao alcance de todos, que beneficia o clima e aumenta a segurança do aprovisionamento, é o comportamento energético inteligente: diminuir a procura e consumo de energia ou, por outras palavras, utilizar a energia de forma mais eficiente. Poupar energia faz todo o sentido do ponto de vista económico: o objectivo da UE de diminuir em 20% a utilização de energia permite diminuir as despesas com a energia em 100 mil milhões de euros por ano, dinheiro que pode ser utilizado tanto na própria política energética como noutras: Política Regional ou Política Agrícola Comum.
Portugal como muitos outros países não é indiferente ao tema: num total de 57 países mais industrializados, ocupa o 15.º lugar na protecção do ambiente e combate às alterações climáticas, de acordo com o Climate Performance Index. Sem recursos fósseis e tão dependente da sua importação (90% em petróleo e carvão) reduzir o seu consumo ou utilizar outras energias como as renováveis, que pode produzir, é fundamental, também, para o aprovisionamento energético do país.
Cada vez mais há consenso de que, a não ser que sejam adoptadas medidas rapidamente, o planeta sofrerá alterações climáticas irreversíveis. É inevitável certas medidas modificarem o nosso estilo de vida, porém não têm, necessariamente, de mudar o nosso nível de vida ou das gerações futuras.
Susana Martins
O inconsequente comportamento humano visando apenas crescimento económico e bem-estar a curto prazo pode traduzir-se em alterações climáticas irreversíveis que, inevitavelmente, trazem graves problemas a longo prazo. As economias poderão mesmo entrar em crise com os elevados custos de adaptação a um clima diferente já que os fenómenos meteorológicos extremos, com avultados prejuízos materiais e económicos, serão mais comuns. A melhor solução a adoptar será mesmo a prevenção pois “mais vale prevenir que remediar”.
A preocupação da União Europeia com as mudanças climáticas não é de agora, há muito que adopta medidas para as combater. Uma política energética que vise o aprovisionamento energético competitivo, sustentável e seguro, articulado com boas práticas ambientais que estabeleçam limites para as emissões das fábricas e dos veículos automóveis e incentive a poupança de energia é sem dúvida uma boa medida a adoptar.
Cerca de 80% da energia que a UE consome provem de combustíveis fósseis, principais emissores de CO2 que provocam o aquecimento global: a principal causa das alterações climáticas, logo é a este nível que se deve actuar. Não obstante, como estes combustíveis são um recurso finito, reduzir a sua utilização contribui também para melhorar o aprovisionamento energético.
Por outro lado, a exaustão dos recursos fósseis próprios da UE tem-se processado a um ritmo superior ao do mundo no seu conjunto. Neste contexto, a UE está cada vez mais dependente das importações e consequentemente mais vulnerável a choques de preços e de aprovisionamento, sendo que em 2005, o nível global de dependência das importações de energia na UE era de 52,3%. Exemplos de acções eficazes para diminuir esta crescente dependência são: diversificar as fontes de energia, nomeadamente através da promoção das energias renováveis ou simplesmente poupar energia através do consumo.
Quanto às energias renováveis deve ser desenvolvida e promovida a sua utilização, muito proveitosa na medida em que substitui o consumo de combustíveis fósseis, diversifica a utilização de fontes de energia (energia eólica, biomassa), contribui para a segurança do aprovisionamento energético e ainda para o desenvolvimento de novas indústrias e tecnologias.
A maneira mais simples, ao alcance de todos, que beneficia o clima e aumenta a segurança do aprovisionamento, é o comportamento energético inteligente: diminuir a procura e consumo de energia ou, por outras palavras, utilizar a energia de forma mais eficiente. Poupar energia faz todo o sentido do ponto de vista económico: o objectivo da UE de diminuir em 20% a utilização de energia permite diminuir as despesas com a energia em 100 mil milhões de euros por ano, dinheiro que pode ser utilizado tanto na própria política energética como noutras: Política Regional ou Política Agrícola Comum.
Portugal como muitos outros países não é indiferente ao tema: num total de 57 países mais industrializados, ocupa o 15.º lugar na protecção do ambiente e combate às alterações climáticas, de acordo com o Climate Performance Index. Sem recursos fósseis e tão dependente da sua importação (90% em petróleo e carvão) reduzir o seu consumo ou utilizar outras energias como as renováveis, que pode produzir, é fundamental, também, para o aprovisionamento energético do país.
Cada vez mais há consenso de que, a não ser que sejam adoptadas medidas rapidamente, o planeta sofrerá alterações climáticas irreversíveis. É inevitável certas medidas modificarem o nosso estilo de vida, porém não têm, necessariamente, de mudar o nosso nível de vida ou das gerações futuras.
Susana Martins
(artigo de opinião)
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