segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Professores Vs Ministra

Nos últimos meses, o país tem assistido a um diferendo entre os professores do ensino obrigatório, representados pelos respectivos sindicatos, do qual se destaca Mário Nogueira, líder sindical da FENPROF, e o governo, cuja face mais visível desta batalha é a actual Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues.
Estas posições antagónicas resultam da tentativa de implementação de um modelo de avaliação dos professores por parte do executivo, com o qual aqueles não estão de acordo.
As tentativas de diálogo têm se revelado infrutíferas. Porque nenhuma das partes tem tido a capacidade de ceder um milímetro que seja. Se por um lado temos a Ministra, que parece fazer ouvidos moucos às críticas, a defender este modelo como sendo o único possível de executar, já os sindicatos só aceitam como base de negociação uma suspensão imediata do mesmo. Argumentando mesmo que ou a Ministra tem a capacidade de suspender o modelo, ou deve demitir-se.
Sem colocar em causa a eficácia ou não do plano, esta luta parece tornar-se cada vez mais uma questão de teimosia de ambas as facções. Isto porque, após o anúncio da simplificação e algumas alterações ao modelo por parte da Ministra, dos quais faziam parte algumas reivindicações dos professores, como seja o facto de avaliados e avaliadores serem da mesma área, coisa que não acontecia até então, a diminuição da carga horária dos professores com preenchimento de fichas de registo de avaliação, bem como uma significativa diminuição da carga burocrática inerente ao modelo. Estes mantiveram a paralisação marcada para o dia seguinte, que se estima ter atingido uma adesão acima dos 90 por cento, e portanto, uma das maiores de sempre no País.
As opiniões dividem-se, e as que por ventura mais interessariam, como a do Presidente da Republica, não se fazem ouvir. Apelando este apenas ao diálogo entre as partes.
É indiscutível que estamos perante uma questão melindrosa e cuja resolução não se adivinha nada fácil. No entanto, acredito que o executivo não esteja na disposição de prolongar muito mais este diferendo, porque as eleições estão já aí, e esta situação pode custar muitos votos.

Daniel Luis Veiga Gomes
a35010@alunos.uminho.pt
(artigo de opinião)

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