Bernard Madoff, 70 anos, norte americano, antigo presidente do mercado de valores Nasdaq era um respeitável homem de negócios. Começou com a sua empresa Bernard L. Madoff Investment Securities LLC em 1960 dirigindo-a até 11 de Desembro de 2008. Madoff é acusado de estar por trás de um esquema multimilionário e fraudulento que causou perdas a bancos e privados de todo o mundo no valor de 50 mil milhões de dólares.
A credibilidade de Bernard Madoff, como gestor de fundos, pelas posições que havia ocupado e pelo círculo social em que se movimentava, atraía grandes nomes que por si só atraiam novos investidores, arrastando assim a sua influência a bancos, hedge founds e mesmo organizações beneficentes o que lhe permitiu implementar um esquema em pirâmide baseado no desenvolvido por Ponzi. Assim, as empresas eram atraídas a investir com rendibilidade garantida e taxas de remuneração muito elevadas que rondavam os 10% ao ano. Madoff usava o dinheiro dos novos investidores para pagar a clientes antigos que pretendiam resgatar os fundos investidos uma vez que os rendimentos não eram entregues aos investidores, ou seja, estes apenas acreditavam que o capital investido e os lucros estava lá e acompanhavam o seu crescimento. O dinheiro era apenas manuseado de uns clientes para outros não havendo criação de riqueza efectiva com investimentos financeiros, obrigacionistas ou quaisquer outros.
Ora, num contexto de crise financeira, económica e sobretudo de confiança, e tendo em conta a retracção dos mercados de crédito e a falta de liquidez dos bancos, o número de resgates dos fundos investidos na Madoff Investments Securities aumentou levando-a ao colapso.
Devemos então pôr em questão por que motivo não agiu a SEC (Security Exchange Commission) quando esta empresa oferecia aos seus associados lucros muito elevados e anunciando segurança nos seus investimentos. Ora desconhecendo-se a sua proveniência (dos lucros), a situação que já havia sido posta em causa há dez anos devia ter sido averiguada e leva-nos a colocar em questão todo um sistema financeiro baseado em “estratégias de negócio” pouco claras que conduziram à falência grandes bancos e seguradoras mundiais. Esta situação em conjunto com tantas outras anunciadas nos últimos tempos leva-me a pôr em causa até que ponto é robusto o sistema financeiro mundial e até que ponto estão as nossas poupanças em segurança.
Ainda não está claro quantas pessoas estarão envolvidas no esquema fraudulento e exactamente qual os valores em causa, no entanto são muitos os bancos, privados e instituições lesados. Até ao momento os portugueses Millenium, BCP, Banif, BPI e Banco Popular anunciam estar afastados directa ou indirectamente da situação fraudulenta, no entanto, segundo o Banco de Portugal existe por parte dos clientes do Santander Totta uma exposição directa de 16 milhões de euros relativos aos produtos vendidos pelas empresas Madoff. Este valor está longe dos 50 mil milhões de dólares anunciado, no entanto pode colocar em risco os pequenos investidores deste cantinho à beira mar plantado.
Carlos Cerqueira
A credibilidade de Bernard Madoff, como gestor de fundos, pelas posições que havia ocupado e pelo círculo social em que se movimentava, atraía grandes nomes que por si só atraiam novos investidores, arrastando assim a sua influência a bancos, hedge founds e mesmo organizações beneficentes o que lhe permitiu implementar um esquema em pirâmide baseado no desenvolvido por Ponzi. Assim, as empresas eram atraídas a investir com rendibilidade garantida e taxas de remuneração muito elevadas que rondavam os 10% ao ano. Madoff usava o dinheiro dos novos investidores para pagar a clientes antigos que pretendiam resgatar os fundos investidos uma vez que os rendimentos não eram entregues aos investidores, ou seja, estes apenas acreditavam que o capital investido e os lucros estava lá e acompanhavam o seu crescimento. O dinheiro era apenas manuseado de uns clientes para outros não havendo criação de riqueza efectiva com investimentos financeiros, obrigacionistas ou quaisquer outros.
Ora, num contexto de crise financeira, económica e sobretudo de confiança, e tendo em conta a retracção dos mercados de crédito e a falta de liquidez dos bancos, o número de resgates dos fundos investidos na Madoff Investments Securities aumentou levando-a ao colapso.
Devemos então pôr em questão por que motivo não agiu a SEC (Security Exchange Commission) quando esta empresa oferecia aos seus associados lucros muito elevados e anunciando segurança nos seus investimentos. Ora desconhecendo-se a sua proveniência (dos lucros), a situação que já havia sido posta em causa há dez anos devia ter sido averiguada e leva-nos a colocar em questão todo um sistema financeiro baseado em “estratégias de negócio” pouco claras que conduziram à falência grandes bancos e seguradoras mundiais. Esta situação em conjunto com tantas outras anunciadas nos últimos tempos leva-me a pôr em causa até que ponto é robusto o sistema financeiro mundial e até que ponto estão as nossas poupanças em segurança.
Ainda não está claro quantas pessoas estarão envolvidas no esquema fraudulento e exactamente qual os valores em causa, no entanto são muitos os bancos, privados e instituições lesados. Até ao momento os portugueses Millenium, BCP, Banif, BPI e Banco Popular anunciam estar afastados directa ou indirectamente da situação fraudulenta, no entanto, segundo o Banco de Portugal existe por parte dos clientes do Santander Totta uma exposição directa de 16 milhões de euros relativos aos produtos vendidos pelas empresas Madoff. Este valor está longe dos 50 mil milhões de dólares anunciado, no entanto pode colocar em risco os pequenos investidores deste cantinho à beira mar plantado.
Carlos Cerqueira
(artigo de opinião)
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