As taxas Euribor registaram quedas acentuadas após a decisão do BCE de ter descido a sua taxa directora para os 2,5%, altura em que a economia está a dar sinais de recessão e em que a inflação está a abrandar para níveis próximos dos considerados desejáveis pelo BCE, atingindo os valores mais baixos desde Março de 2006.
Apesar da forte queda da Euribor desde 10 de Outubro não tem sido suficiente para reduzir a diferença das taxas interbancárias para a taxa de referência do BCE, reflectindo a falta de liquidez no mercado de crédito. As taxas continuam cerca de um ponto acima da taxa de juro de referência do BCE (spread acima de 1%) pois neste momento a taxa a 6 meses está a 3,71%. Esta grande diferença deve-se à falta de disponibilidade dos bancos para emprestar dinheiro entre si e aos riscos associados à impossibilidade de incumprimento do pagamento pelos próprios bancos (falta de confiança), no entanto há a expectativa de que esta diferença se vá abatendo progressivamente com a normalização dos mercados, mas de forma gradual. A autoridade monetária europeia reduziu os juros em 75 pontos base, o maior corte de sempre em 10 anos de história.
Existe a ideia de que o BCE é demasiado lento a reagir quando comparado com outros bancos com a economia em recessão e a inflação perto dos 2%. O BCE podia ter feito mais, contudo é preciso ter em conta que a zona euros é diferente dos EUA e do Reino Unido.
O BCE está a colocar dinheiro no sector financeiro, tal como os EUA, e baixou as taxas de juro todos os meses no último trimestre, contudo com as perspectivas económicas a piorarem as taxas vão ter de descer mais na 1ª metade de 2009, uma vez que neste momento as expectativas são de forte abrandamento da inflação e de crescimento económico negativos.
O corte dos juros não tem tanto impacto como no passado, a política orçamental precisa de desempenhar um papel mais activo para estimular a economia e facilitar a recuperação. O crescimento da massa monetária está acima dos 4,5% de referência do BCE, será provável que crie pressões inflacionárias a médio-longo prazo.
O BCE está bastante pessimista quanto às perspectivas económicas, pelo que será de esperar mais cortes nos juros. Esta decisão de reduzir as taxas de juro representa um alívio no pagamento das prestações das famílias no que diz respeito à habitação, contudo também levará a uma quebra nos retornos dos depósitos.
O grande objectivo do BCE ao descer as taxas de juro é para dar estímulo à economia europeia para resistir à crise, estimulando o crescimento económico, contudo uma redução abrupta da taxa de juro pode levar ao aumento da taxa de inflação.
Não será de admirar que a taxa directora do BCE em 2009 chegue aos 2%, os países do euro têm pela frente um longo período de fraco crescimento económico.
Isa Martins
isa_m.88@hotmail.com
(artigo de opinião)
Apesar da forte queda da Euribor desde 10 de Outubro não tem sido suficiente para reduzir a diferença das taxas interbancárias para a taxa de referência do BCE, reflectindo a falta de liquidez no mercado de crédito. As taxas continuam cerca de um ponto acima da taxa de juro de referência do BCE (spread acima de 1%) pois neste momento a taxa a 6 meses está a 3,71%. Esta grande diferença deve-se à falta de disponibilidade dos bancos para emprestar dinheiro entre si e aos riscos associados à impossibilidade de incumprimento do pagamento pelos próprios bancos (falta de confiança), no entanto há a expectativa de que esta diferença se vá abatendo progressivamente com a normalização dos mercados, mas de forma gradual. A autoridade monetária europeia reduziu os juros em 75 pontos base, o maior corte de sempre em 10 anos de história.
Existe a ideia de que o BCE é demasiado lento a reagir quando comparado com outros bancos com a economia em recessão e a inflação perto dos 2%. O BCE podia ter feito mais, contudo é preciso ter em conta que a zona euros é diferente dos EUA e do Reino Unido.
O BCE está a colocar dinheiro no sector financeiro, tal como os EUA, e baixou as taxas de juro todos os meses no último trimestre, contudo com as perspectivas económicas a piorarem as taxas vão ter de descer mais na 1ª metade de 2009, uma vez que neste momento as expectativas são de forte abrandamento da inflação e de crescimento económico negativos.
O corte dos juros não tem tanto impacto como no passado, a política orçamental precisa de desempenhar um papel mais activo para estimular a economia e facilitar a recuperação. O crescimento da massa monetária está acima dos 4,5% de referência do BCE, será provável que crie pressões inflacionárias a médio-longo prazo.
O BCE está bastante pessimista quanto às perspectivas económicas, pelo que será de esperar mais cortes nos juros. Esta decisão de reduzir as taxas de juro representa um alívio no pagamento das prestações das famílias no que diz respeito à habitação, contudo também levará a uma quebra nos retornos dos depósitos.
O grande objectivo do BCE ao descer as taxas de juro é para dar estímulo à economia europeia para resistir à crise, estimulando o crescimento económico, contudo uma redução abrupta da taxa de juro pode levar ao aumento da taxa de inflação.
Não será de admirar que a taxa directora do BCE em 2009 chegue aos 2%, os países do euro têm pela frente um longo período de fraco crescimento económico.
Isa Martins
isa_m.88@hotmail.com
(artigo de opinião)
Sem comentários:
Enviar um comentário